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Jovem estilista cascavelense fica entre os primeiros do Desafio Sou de Algodão + Casa de Criadores

A estilista Thais Veronez apresentou sua coleção em desfile no início deste mês.

Jovem estilista cascavelense fica entre os primeiros do Desafio Sou de Algodão + Casa de Criadores

A jovem estilista cascavelense Thays Veronez fez sua graduação em moda na UEL – Universidade Estadual de Londrina, e aos 22 anos já ficou entre os oito primeiros colocados no importante Desafio Sou de Algodão + Casa de Criadores, considerado um trampolim para quem quer se tornar conhecido no mundo da moda. A estilista apresentou sua coleção em desfile no início deste mês.

O Desafio

O Movimento Sou de Algodão, que visa estimular o consumo da fibra na indústria da moda, e a Casa de Criadores, maior evento de moda autoral brasileira, se unem mais uma vez para promover o 2º Desafio Sou de Algodão + Casa de Criadores. O projeto, lançado no dia 22 de agosto, Dia Internacional da Moda, tem como objetivo dar oportunidade para os estudantes mostrarem toda sua criatividade.

No segundo Desafio Sou de Algodão + Casa de Criadores os participantes tiveram acesso a um programa de aulas especialmente desenvolvido para os participantes sobre a cadeia do algodão, estilismo, fundamentos da moda, empreendedorismo, entre outros assuntos relevantes para a carreira.

A seleção envolveu quatro etapas distintas: a primeira foi a pré-seleção dos trabalhos inscritos, realizada pela comissão organizadora. Foram escolhidos 20 dos melhores trabalhos selecionados de cada região brasileira, Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul, que seguiram para a segunda etapa, semifinal, regional. Esses trabalhos, avaliados por uma comissão julgadora local, tiveram notas atribuídas nos quesitos definidos pela organização do concurso. Foram escolhidos dez trabalhos finalistas, sendo dois de cada região do país, que puderam confeccionar suas coleções, com seis looks completos cada, para a quarta e última fase, a grande final, em desfile presencial, realizado na Casa de Criadores. As coleções foram avaliadas por um júri composto por especialistas, que atribuíram notas para cada trabalho.

Ruptura e Resgate

A coleção Ruptura e Resgate fala sobre curiosidade, valorização de memórias e introspecção. Ela conta sobre uma pessoa que viajou no tempo e sem querer acabou criando uma falha temporal que uniu todas as épocas que havia visitado. Nessa falha, a personagem encontrou um refúgio, um local que usava para proteger-se do caos e realidade do tempo em que se encontrava (tendência de comportamento “cocooning”). Suas viagens temporais representam o sentimento de resgate ao passado, resgate às memórias antes não tão valorizadas e que passaram a ser mais importantes depois que algo ruim aconteceu, assim como o momento em que vivemos.

A pandemia do novo coronavírus fez necessária a reclusão social, o que provocou nas pessoas um sentimento de “encasulamento”. Estudada pelo Faith Popcorn’s Brain Reserve, essa é uma tendência de comportamento chamada “cocooning”, e fala sobre uma menor socialização entre as pessoas que consequentemente as fazem passar mais tempo em casa ou sozinhas; comportamento que veio à tona durante a pandemia.

O contraste entre a introspecção do “cocooning” com a necessidade de liberdade do arquétipo explorador (estudado durante o desenvolvimento da coleção) refletiu nas roupas como uma mistura de encasulamento e ousadia. Além disso, a união de diferentes épocas na falha temporal fez com que a criação das peças fosse influenciada por referências históricas e contemporâneas, possibilitando uma estética autêntica e singular.

A coleção busca transmitir a dualidade de sentimentos como força e irreverência contrapostos a sentimentos como reclusão e introspecção, e além disso, propor a reflexão sobre como devemos valorizar os pequenos momentos no AGORA, pois voltar ao passado é apenas ficção. A coleção ressalta que ao passo que arte e moda caminham juntas podemos ser quem quisermos, nos vestirmos como quisermos e unir os elementos, características, formas e cores que quisermos, pois, a expressão artística é inerente ao ser humano e se torna o nosso refúgio em meio ao caos.

Processos e resultados

Utilizando tecidos 100% algodão (brim e tricoline) foram feitas pinturas manuais que remetem à diferentes figuras e momentos marcantes da história unidas à energia e imediatez da atualidade, além da representação de olhos e mãos que remetem à curiosidade e exploração. As cores foram escolhidas na intenção de agregar intensidade e harmonizar com o caráter forte da coleção como um todo. Além disso, a partir do princípio de que o algodão é uma fibra natural sustentável usada desde os tempos antigos, utilizar referências históricas, valorizar o resgate às memórias e o trabalho manual único e exclusivo foi algo levado em consideração desde a fase inicial do projeto.

Unindo street wear à alfaiataria, RUPTURA E RESGATE quer vestir pessoas não apenas com roupas, mas criatividade e sentimento. Valorizar a liberdade, a fibra do algodão e a moda autoral brasileira.

Fonte: Agência Berit Press