Saúde

As três doenças que mais afetam as mulheres

As múltiplas funções da mulher e a falta de tempo para cuidar da saúde são as causas do aumento do número de doenças em mulheres

As três doenças que mais afetam as mulheres

No Mês da Mulher, data reconhecida mundialmente que se transformou em um ótimo momento para a reflexão, ainda mais quando envolve cuidados com a saúde. Afinal de contas, na correria do mundo moderno, fica cada vez mais difícil tirar alguns minutos do dia para cuidar da saúde, ainda mais quando tratamos das mulheres, que geralmente cumprem a famosa “dupla jornada”.

Segundo a ginecologista do Docway, Márcia Araújo, as múltiplas funções da mulher e a falta de tempo para cuidar com atenção da saúde acabam por aumentar o número de casos de doenças como câncer de mama, depressão e câncer de colo de útero. Por isso, a especialista alerta sobre a importância dos cuidados mesmo com essa rotina agitada.

“Após muita luta, nosso papel na sociedade está evoluindo muito. Hoje nós, mulheres, desempenhamos várias funções e acabamos descuidando da saúde. O que não pode acontecer é a negligência com os cuidados pessoais. Com os avanços tecnológicos e as facilidades que eles nos trouxeram, podemos manter nossa rotina e o acompanhamento médicos em dia, evitando vários problemas”, explica a especialista.

Confira abaixo uma análise da especialista sobre as três doenças que mais afetam as mulheres atualmente.

Câncer de Mama

Esse tipo de câncer é o que mais comum entre mulheres no Brasil e no Mundo, correspondendo a 29% de novos casos de câncer todos os anos. Segundo o Inca (Instituto Nacional do Câncer), no ano de 2018, a estimativa era de que os casos de câncer de mama ultrapassariam a casa de 59,7 mil no Brasil. O câncer de mama tem diversos tipos. Na maioria deles, quando diagnosticados em fases iniciais, é passível de tratamento, com boas perspectivas de cura.

Fazer os exames preventivos é fundamental. A maioria dos casos não tem sintomas em estágios iniciais. Por esse motivo, a mamografia tem grande importância. Dentre os sinais de alerta, um dos mais comuns é o nódulo no seio, que pode vir acompanhado ou não de dor. Porém, existem outros sintomas que devem chamar a atenção como secreção no mamilo, alterações na pele que recobre a mama e nódulo na axila. Vale lembrar que o autoexame não substitui a mamografia e o exame clínico cuidadoso feito por um profissional qualificado.

Depressão

Estimativas da OMS (Organização Mundial de Saúde) alertam que até o ano de 2020 a depressão será a doença com maior impacto no mundo. Aqui, no Brasil, a ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria) estima que uma faixa de 20% da população teve, têm ou terá um episódio em algum momento de sua vida. Falta de interesse, concentração, perda da autoestima e mudanças bruscas de humor são alguns dos sintomas da depressão. A doença atinge significativamente mais as mulheres do que os homens. Cientistas e especialistas não têm um real motivo para essa diferença, mas acreditam que ela tem relação com a influência dos hormônios femininos.

Quadros depressivos devem ser diagnosticados e tratados com muita cautela e por profissionais capacitados. Mas a prática regular de atividade física e a vinculação da pessoa a atividades coletivas, entre eles cursos e voluntariados, ajudam muito. Essas ações ajudam a reduzir a ansiedade, melhora o humor e a interação com o meio social.

Câncer de colo de útero

Dados do Inca (Instituto Nacional de Câncer) mostram que o câncer de colo de útero é um dos mais importantes problemas de saúde pública do mundo. Só em 2016 foram estimados mais de 16 mil casos novos de câncer do colo do útero no Brasil, o que significa 15 novos casos a cada 100 mil brasileiras. As principais causas da doença são o início precoce da atividade sexual da paciente, a variedade de parceiros sexuais, a higiene íntima inadequada e o Papilomavírus Humano (HPV).

O câncer do colo do útero tem um grande potencial de prevenção e cura se diagnosticado a tempo. Sintomas podem servir de alerta, entre eles sangramento vaginal após a relação sexual, corrimento vaginal de cor escura e com mau cheiro, e em estágios mais avançados, hemorragias, dores lombares e abdominais, perda de apetite e de peso. Uma ótima opção para a prevenção da doença é a vacina, que se destina a jovens, principalmente antes inicias as atividades sexuais. Para todas, o Papanicolau e o exame clínico anual são fundamentais.

As melhores formas de cuidado e prevenção são as mais conhecidas: alimentação saudável, prática de exercícios e ir ao médico regulamente.

Saiba a importância da vacinação contra o HPV

O HPV é um vírus transmitido pelo contato direto com pele ou mucosas infectadas através de relação sexual sem preservativo. Uma estimativa da OMS (Organização Mundial da Saúde) indica que 290 milhões de mulheres no mundo têm a doença, sendo 70% infectadas pelos tipos 16 e 18, que são de alto risco para o desenvolvimento do câncer do colo do útero. Por isso, a vacina contra HPV é a principal forma de prevenção contra o aparecimento do câncer do colo de útero, como explica a coordenadora substituta do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Ana Goretti.

“Na adolescência nós temos a vacina HPV, que é fundamental para a preservação da saúde das mulheres brasileiras, porque é essa vacina que vai permitir que, no futuro, nós, mulheres, estejamos livres do câncer de colo de útero, uma doença que tem matado hoje mais de 5 mil mulheres em todo o País e que é pode ser prevenida pela vacina do HPV”.

No Brasil, atualmente a vacina é oferecida gratuitamente pelos serviços de saúde pública para meninas de 9 a 14 anos. Além disso, previne mais de 98% das verrugas genitais e doenças de difícil tratamento.

Para saber mais, acesse saude.gov.br/hpv.