Não decidido ainda se é mais vereador ou mais policial, o Policial Madril deu mais uma “dentro” na função de investigador e flagrou uma servidora que batia o dedo na Câmara, mas não ia trabalhar.
Os flagrantes foram registrados ontem e na segunda-feira. A servidora foi indicada por Damasceno Júnior e trabalhava para a Mesa Diretora.
A assessoria do vereador denunciante afirmou que recebeu a informação de que uma servidora chegava para trabalhar, batia o ponto e saía. Depois da denúncia, a servidora foi acompanhada e comprovada a denúncia.
Na segunda-feira, ela chegou à Câmara no horário para trabalhar, bateu o ponto biométrico e foi para casa. No período da tarde, ela foi vista indo à casa de um vizinho, com uma roupa diferente da que estava na Casa de Leis. Depois, ela voltou para casa, colocou a mesma roupa que estava quando bateu o ponto mais cedo, retornou à Câmara, bateu o ponto do horário de saída e foi para a casa.
De acordo com a assessoria de Madril, havia informação de que a servidora registrava o ponto biométrico e ia trabalhar em outro local. As más línguas dizem que a servidora ia para o trabalho em uma ótica, de propriedade do irmão do vereador Damasceno Júnior, no mesmo horário em que deveria estar no Legislativo. “Vieram com essa conversa, ficam tramando que todos os meus assessores trabalham na ótica do meu irmão. Agora a gente não pode ter nada?”, rebate Damasceno, se “autodenunciando” antes mesmo de a nossa reportagem perguntar a respeito da informação recebida.
Exonerada
A servidora recebia, por mês, R$ 2.966. E foi exonerada pela presidência ontem. “Nos últimos anos temos tomado diversas medidas para coibir qualquer atitude imprópria por parte do quadro de funcionários. Não poderíamos admitir isso”, resume Gugu Bueno.
“Poderiam ter me repassado isso ontem, [segunda], não esperado ela fazer isso hoje novamente. Se eu soubesse, eu mesmo teria exonerado, agora o pessoal quer aparecer”, cutuca Damasceno.