A bancada do PL no Senado Federal cobrou uma reação do presidente do Congresso Nacional, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), à operação de busca e apreensão da Polícia Federal que mirou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e ex-auxiliares. “O que a gente quer é a defesa do Parlamento. A defesa do Congresso. Seja antes, seja agora. O Congresso não pode estar a serviço de outros Poderes. O presidente Pacheco deve saber se impor nesse momento para preservar as prerrogativas parlamentares”, disse o líder do PL, o senador Carlos Portinho (RJ).
Os senadores manifestaram repúdio e indignação contra a prisão do presidente do partido, Valdemar Costa Neto, e a operação da Polícia Federal que teve como alvo o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais 30 aliados, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, no STF (Supremo Tribunal Federal)
Para o líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), a ação de ontem é mais uma, entre tantas contra os apoiadores de Bolsonaro. “O que era excepcional está sendo banalizado, o principio do juízo natural, da imparcialidade, da impessoalidade e o devido processo legal estão sendo deixado de lado e isso fragiliza a democracia brasileira”, ressaltou Marinho.
Marinho disse ainda que pelo fato do ministro Moraes afirmar que estava sendo monitorado, além de ser um possível alvo do “golpe” não deveria ser o juiz responsável pelo processo. “Qualquer estudante de Direito sabe que quem é vitima não pode investigar, não tem imparcialidade e isenção para estar a frente de inquérito”, afirmou.
Para o líder da Oposição na Câmara Alta, a ação contra o seu partido, o PL, e ainda mais grave. “Estamos falando do maior partido da oposição e querem investigar o fato do PT ter contratado uma empresa especializada para questionar a justiça eleitoral. O direito de questionar é permitido e já pagamos mais de R$ 20 milhões de multas por contar disso. Acredito que é um contorcionismo jurídico para inibir a oposição brasileira”, disse, observando que o pedido de cassação do PL, patrocinado pelo senador Humberto Costa (PT-PE), deixa caracterizada a perseguição ao partido. “Estamos diante de uma situação complicada e perigosa. Nós não podemos calar quem pensa diferente e acreditamos que é necessário que haja isenção”, declarou o líder da oposição.
Foto: Agência Senado