Política

Governo cogita limitar ingresso de venezuelanos

Brasília – O presidente Michel Temer disse ontem (29) que o governo estuda a possibilidade de adotar o uso de senhas para organizar a entrada de venezuelanos no Brasil. Segundo ele, a medida tem como objetivo organizar a situação em Roraima. Em entrevista concedida pela manhã à Rádio Jornal, de Pernambuco, Temer reiterou críticas ao governo venezuelano por ter recusado a ajuda brasileira, o que, segundo o presidente, poderia ter evitado tantas migrações, bem como a “desarmonia no continente sul-americano”.

O secretário especial de Comunicação Social da Presidência da República, Márcio Freitas, afirmou que a proposta é apenas uma cogitação e nada há de concreto por enquanto.

O presidente criticou o que ocorre na Venezuela: "É inadmissível o que acontece lá porque está colocando em desarmonia o continente sul-americano”, disse. “O governo deles [dos venezuelanos] inclusive recusou nossa ajuda humanitária e, depois, os venezuelanos acabaram vindo para cá. Nossa política é acolher aqueles que entrem no país, mas o ideal é que eles recebessem nossa ajuda humanitária e lá pudessem permanecer”.

Forças Armadas

Temer disse que o decreto publicado ontem autorizando o emprego das Forças Armadas em Roraima foi feito pensando nos cidadãos brasileiros que vivem no Estado: “Tudo o que fazemos é em função do cidadão brasileiro. Mandamos mais de R$ 200 milhões para saúde e alimentação [em Roraima]. Estamos dando todo apoio aos venezuelanos com vistas também a proteger os serviços estaduais prestados aos brasileiros”, disse o presidente pouco antes de criticar o governo venezuelano.

Senhas

Foi quando o presidente falou que o governo cogita distribuir senhas para a entrada de venezuelanos no Brasil a fim de controlar melhor a entrada de imigrantes e dar melhores condições para a prestação de serviços públicos tanto para brasileiros como para venezuelanos. “Outra providência que talvez venha a ser tomada é que, como entram entre 700 e 800 venezuelanos por dia, criam-se problemas para vacinação e para organização. Pensamos então [em] colocar senhas, de maneira que entrem [de] 100 a 200 por dia, para organizar um pouco mais essas entradas.”