Política

Centrão fica mais forte com trocas e PL teve mais ‘lucro’

Alguns partidos como MDB e PSDB que em um passado não tão distante contavam com grandes bancadas, ficaram com bancadas bem modestas

Brasília – Com o fim da janela partidária de 2022, período determinado pelo Tribunal Superior Eleitoral para que os detentores de mandatos possam trocar de partido sem a perda da função, o bloco dos partidos governistas terminou como o grupo partidário que registrou a entrada de mais deputados.  Na Câmara dos Deputados, um quarto dos parlamentares federais estão de “casa nova”.

Desde o início da legislatura até o momento, 132 deputados trocaram de partido. O número é menor em comparação com a legislatura passada, quando 162 deputados mudaram de sigla no mesmo intervalo de tempo (entre 1º de fevereiro de 2015 e 5 de abril de 2018). Entretanto, as trocas de legenda movimentaram as peças do jogo político e também a composição das siglas na Câmara Federal. Os partidos que saíram mais fortalecidos dessa janela foram aqueles do chamado bloco do Centrão.

Antes da janela as maiores bancadas eram do União Brasil, PT, PP, PL e PSD. Agora, as maiores bancadas são do PL, PP, PT, União Brasil e PSD. Quem mais “lucrou” com as mudanças foi justamente o PL, puxado pela filiação de Jair Bolsonaro em novembro do ano passado. Foram 35 cadeiras adicionadas desde o dia 3 de março, quando a janela começou. Agora, a nova sigla do presidente possui a maior bancada da Casa com 75 nomes. É mais do que o dobro do que o partido tinha na época da posse, quando contava com 33 deputados.

Grande parte dos novos deputados do PL veio do União Brasil, partido criado com a fusão do PSL e DEM. Outros partidos que receberam deputados do União foram Republicanos, PTB, PSD, PSDB, PSC, Pros, PP e MDB. O União Brasil, criado a partir da fusão do PSL e DEM, ensaiou tornar-se a maior bancada da Câmara, antes da janela, mas minguou: chegou a ter 81 parlamentares e está, atualmente, com 47. O PP se tornou a segunda bancada da Câmara com 59 parlamentares (eram 42 antes da janela). Já o PT caiu da primeira para a terceira colocação, com 55 integrantes, apenas um a mais.

Alguns partidos como MDB e PSDB que em um passado não tão distante contavam com grandes bancadas, ficaram com bancadas bem modestas.

 

Deputados do Paraná

No Paraná, 13 deputados federais trocaram de partidos. O Estado foi o segundo com mais trocas de siglas, perdendo apenas para o Rio de Janeiro, com 17 trocas.

Confira como ficou a nova composição da bancada paranaense na Câmara Federal: Aliel Machado (PSB para o PV); Aline Sleutjes (União Brasil para o Pros); Christiane Yared (PL para o Progressistas); Diego Garcia (Podemos para o Republicanos); Filipe Barros (União Brasil para o PL); Leandre (PV para o PSD); Luisa Canziani (PTB para o PP); Luisão Goulart (Republicanos para o Solidariedade); Luiz Nishimori (PL para o PSD); Ney Leprevost (PSD para o União Brasil); Paulo Martins (PSC para o PL); Pedro Lupion (DEM para o Progressistas) e Vermelho (PSD para o PL).

 

Na Alep

A janela partidária não trouxe mudanças apenas na composição das siglas na Câmara Federal. Na Assembleia Legislativa do Paraná, enquanto algumas legendas inflaram, outras enxugaram.

Ao todo, 30 dos 54 deputados estaduais trocaram de partido. Outros cinco estão em nova legenda em razão da fusão do PSL com o Democratas.

O PSD partido do governador Ratinho Junior, passa a ter maior bancada. A sigla que tinha cinco deputados no início de março, agora tem a bancada composta por 15 parlamentares. O PSDB, que tinha três deputados, perdeu dois parlamentares, mas ganhou o reforço de duas deputadas e segue com o mesmo número de representantes. Já o MDB que também tinha três deputados perdeu um, ficando com apenas dois deputados. Enquanto isso, o PT ganhou um novo deputado e a bancada passa a ser composta por cinco parlamentares.

O PL, até então com dois deputados, ganhou o reforço de mais três parlamentares na bancada. Enquanto que o PP, com três parlamentares, teve a bancada ampliada para seis. O Republicanos, que era representado por um único parlamentar, também viu a sua bancada ser reforçada com a entrada no partido de mais quatro deputados.

O PDT e o Cidadania, que tinham três deputados cada, agora são representados por um deputado na Assembleia, enquanto o PROS que tinha três deputados, agora ficou com dois.

Já o Democracia Cristã, que até então não tinha representante na Assembleia, passa a contar com um deputado. Com as alterações, o PSB, PSC, PTB, PV, Patriotas e Podemos deixaram de ter representantes na Assembleia Legislativa.

Outra mudança, que não teve a ver com a janela partidária, ocorreu em razão da fusão dos partidos PSL e Democratas, dando origem ao União Brasil. Dessa forma, dos oito deputados das duas legendas, cinco seguem no novo partido que ganhou o reforço de mais três parlamentares, totalizando oito integrantes.

 

Nova formação a Alep

Confira a nova composição do Legislativo do Paraná: Ademar Traiano (PSDB para o PSD); Luiz Cláudio Romanelli (PSB para o PSD); Gilson de Souza (PSC para o PL); Tercílio Turini (Cidadania para o PSD); Requião Filho (MDB para o PT); Nelson Luersen (PDT para o União Brasil); Adelino Ribeiro (Patriotas para o PSD); Alexandre Curi (PSB para o PSD); Artagão Junior (PSB para o PSD); Delegado Fernando Martins (União Brasil para o Republicanos); Mara Lima (PSC para os Republicanos); Coronel Lee (União Brasil para o DC); Cristina Silvestri (Cidadania para o PSDB); Elio Rusch (DEM para o União Brasil); Evandro Junior (PSC para o PSD); Galo (Podemos para o Progressistas); Guto Silva (PSD para o Progressistas); Homero Marchese (Pros para o Republicanos); Jonas Guimarães (PSB para o PSD); Mabel Canto (PSC para o PSDB); Marcio Pacheco (PDT para o Republicanos); Mauro Moraes (PSD para o União Brasil); Paulo Litro (PSDB para o PSD); Pedro Paulo Bazana (PV para o PSD); Reichembach (PSC para o União Brasil); Rodrigo Estacho (PV para o PSD); Soldado Adriano José (PV para o Progressistas); Tiago Amaral (PSB para o PSD) e Tião Medeiros (PTB para o Progressistas)