Já se diz que quando ninguém faz e alguém toma uma atitude todo mundo quer o filho para si. Foi o que se viu na Câmara de Vereadores de Cascavel ontem, durante votação do projeto de Lei 112/2017, que altera a Lei 6.329 de 2014 e regulamenta as políticas públicas de controle de animais.
O projeto, em si, é do Executivo. Oficialmente, o vereador da causa animal no plenário é Serginho Ribeiro. O presidente da casa, Gugu Bueno, também tem projetos nesse sentido.
Mas, durante discussão da proposta, aprovada em primeira votação, parece que todo mundo queria mesmo fazer parte do assunto. Teve de tudo: vereador dizendo que apoia a causa, ou que conhece alguém que ajuda, ou que ajuda alguém que ajuda, ou que já ajudou alguém que ajuda…. foram tantos ‘ajudantes’ que se estranha que a cidade ainda tenha problemas a respeito. Os vereadores também se mostraram ‘solidários’ ao abandono de animais, problema constante em Cascavel, e citaram, inclusive, as famílias que recentemente receberam as casas do Conjunto Riviera. O discurso foi de que se espera que as famílias, ao se mudarem para seus apartamentos ou suas casas, não deixem de lado seu animal de estimação.
Teve ainda defesa para que, além da castração, seja realizada a microchipagem dos animais na cidade. “Se isso não ocorrer, não vamos conseguir punição para quem abandona”, lembra Paulo Porto.
Projeto aprovado
O projeto foi aprovado em primeira votação e volta à Casa hoje. Na semana que vem, deve entrar em pauta o projeto que determina a verba de R$ 450 mil para a castração de animais. “Depois da aprovação do projeto e da verba, as clínicas interessadas farão um credenciamento para participar do processo de castração. Será dada preferência para castração de cães e gatos de ONGs e de famílias de baixa renda”, explica o vereador Serginho Ribeiro. “Estou muito feliz, é um avanço”, complementa.
Nereide dos Santos, protetora, já teve em casa 17 filhotes e recebe ajuda apenas dos amigos para fazer o trabalho voluntário. “Quando encontro um animal que precisa de ajuda, já peço socorro nas redes sociais. Devo mais de mil reais em duas clínicas. Vivemos assim, por isso essa lei é um avanço pra gente”, comenta.
Tração animal
Outro projeto, esse de autoria de Gugu Bueno, caminha para proibição do uso de animais para puxar carroça. O legislativo procura parcerias para fornecer carrinhos elétricos para os catadores de lixo que ainda usam carroça, para que eles não precisem mais usar os animais.