Política

Abandonado, Ogier inicia batalha jurídica

Curitiba – O advogado Ogier Buchi reafirmou nessa terça-feira (28) intenção em manter sua candidatura ao governo do Paraná pelo Partido Social Liberal (PSL), legenda que tem como presidenciável o deputado federal Jair Bolsonaro, e que não quer candidato próprio.

O diretório estadual do partido moveu um pedido de indeferimento da candidatura no dia 22 de agosto no TRE-PR (Tribunal Regional Eleitoral). O julgamento do registro deve ocorrer até o dia 17 de setembro, prazo final para as decisões envolvendo questionamentos das candidaturas. Ogier adiantou que vai recorrer a instâncias superiores caso o pedido seja aceito pelo TRE.

“Reafirmo o que tenho dito durante todos os dias depois da convenção dos três partidos (PTC-PSL-PATRI) que escolheram meu nome. Mesmo diante do pedido de impugnação do PSL. Fui convidado para ser candidato a governador representando o partido. O PTC e o Patriotas mantiveram a ata partidária, assim como PSL, porque a ata não pode ser dissolvida, a não ser por ato judicial”, afirmou.

Para pagar pela campanha, disse que vai recorrer ao próprio bolso: “Como a lei determina. Vou fazer isso com recursos próprios. Não estimo [um valor] e quero ser absolutamente sincero com as pessoas, vou procurar o menos possível”, disse.

Determinação

A retirada da candidatura própria foi uma determinação da Comissão Executiva Nacional do PSL. Na última quarta-feira (22), a Executiva Estadual anexou documentos no processo de registro de candidatura no TRE-PR que tratava de uma resolução nacional que anulava a deliberação “no que dizem respeito à formação de coligação, escolha de candidatos e o seu registro, para concorrer às eleições aos cargos de governador e vice-governador”. “Em razão da anulação, a participação do PSL no processo eleitoral deste ano, no Estado do Paraná, deverá limitar-se à eleição para o Senado Federal e às eleições proporcionais para deputado estadual e federal”, afirma o documento da executiva nacional.

Ogier afirma que a postura se repetiu em outros estados. “Eu não acredito nisso, porque e o que é justificado é o que ocorre em outros estados também. O que é sabido por todos é que existe uma diáspora entre os filhos do Jair Messias Bolsonaro e o presidente do meu partido. Isso que ocorre no Paraná, de apoiar outros candidatos, ocorre em outros estados da nação também”, afirma.

Áudio polêmico

Na véspera da entrega do registro, um áudio de Bolsonaro revelou sua preferência pela candidatura de Ratinho Junior (PSD) ao governo do Paraná.

Ogier afirma que a postura incoerente não o fará declinar de sua candidatura. “Depois de aceitar o convite eu só declinaria do convite se eu entendesse que a mudança de atitude fosse algo coerente. Com eu não vejo coerência no meu partido apoiar um candidato [Ratinho Jr] que tem candidato próprio à Presidência da República [Geraldo Alckmin – PSDB] que tem um ideário partidário completamente diferente do ideário do PSL que propaga propostas diametralmente opostas àquelas que nós temos, a questão não deve ser colocada para mim”, afirma.