Curitiba – Quatro anos após matar o policial federal Alexandre Drummond Barbosa, em frente a uma casa noturna de Cascavel, Alessandro Meneghel sentará no banco dos réus. O júri popular do ruralista começa hoje em Curitiba, na 2ª Vara Criminal. A previsão é de que o julgamento siga até sexta-feira, quando Meneghel irá ouvir sua sentença. Réu confesso do homicídio, ele alega ter agido em legítima defesa.
Preso poucas horas após o crime, Meneghel permaneceu preso por mais de três anos. Em julho do ano passado, ele conseguiu um habeas corpus para aguardar o julgamento em prisão domiciliar. Neste período, o ruralista foi preso duas vezes: em novembro de 2015, acusado de coagir testemunhas; e em fevereiro deste ano, por descumprir as medidas de uso da tornozeleira eletrônica.
Marcado inicialmente para outubro de 2015, o júri popular de Meneghel foi adiado por duas vezes. O julgamento foi transferido para Curitiba a pedido do Ministério Público. A alegação da Promotoria foi de que a influência da família do acusado na cidade poderia interferir no resultado do júri. Acusado de homicídio qualificado, Meneghel pode ser condenado de 12 a 30 anos de prisão.
O JULGAMENTO
Alessando Meneghel será julgado em júri popular, formado por sete pessoas da sociedade curitibana. O julgamento começará com os depoimentos de testemunhas de defesa e acusação – ao todo, 13 testemunhas serão ouvidas. Em seguida, o ruralista será ouvido e poderá ser submetido a perguntas. Depois disso, será realizado o confronto entre defesa e acusação, com réplicas e tréplicas entre eles.
Após o embate, os jurados se reunirão em uma sala secreta para debater e decidir se Meneghel será condenado ou absolvido pela morte de Alexandre Drummond. Caso haja a condenação, ficará a cargo do juiz a fixação da pena, levando em consideração agravantes ou atenuantes. No caso de absolvição, o réu será posto em liberdade, sendo revogadas as medidas restritivas.
O crime
O policial federal Alexandre Drummond Barbosa foi morto na madrugada do dia 12 de abril de 2012, em frente a uma casa noturna localizada na Rua Paraná, região central de Cascavel. Ele e Alessandro Meneghel teriam se desentendido no interior da danceteria. Momentos depois, o ruralista deixou o local e retornou em sua caminhonete, armado com uma espingarda calibre 12 e com um revólver calibre 380. Ele disparou diversas vezes contra Alexandre, fugindo logo em seguida. O policiai chegou a ser socorrido pelo Siate, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. Horas após o crime, Meneghel foi detido, e confessou o homicídio.
