Policial

Júri condena a 18 anos de prisão acusado de matar estudante da Unila,

O júri popular condenou a 18 anos e seis meses de prisão Jeferson Diego Gonçalves, acusado de matar a estudante da Unila, em Foz do Iguaçu, Martina Piazza Cone, em março de 2014.

O resultado saiu em menos quatro horas de julgamento, nesta quinta-feira (30). Depois do voto dos jurados, a juíza Cláudia de Campos Cestarolli leu parte da sentença.

Dois agravantes fizeram a pena aumentar em oito anos: o motivo torpe, que não permitiu a vítima reagir e a crueldade do crime.

O advogado de Jeferson, Fabio Alexandre Sombrio, disse que o acusado recebeu uma condenação pelo crime que cometeu. “A defesa não se surpreendeu com o resultado, porque é um julgamento muito difícil mesmo”, afirmou.

O júri foi realizado no auditório da Polícia Civil e dezenas de amigos e professores da estudante acompanharam a audiência.

Durante boa parte dos depoimentos, o réu permaneceu de cabeça baixa.

A mãe de Martina veio do Uruguai para acompanhar o julgamento.

Para a professora Mônica Sosa, a justiça foi feita parcialmente. “Falta aprofundar valores ligados à vida, aos direitos humanos”, declarou.

A estudante Besna Yacovenco disse que a dor de perder uma amiga é muito grande, por tudo que Martina poderia ter sido. “Ela poderia ter sido mãe, ela poderia ter sido uma excelente antropóloga, mas a gente nunca vai saber”, disse.

O crime

Martina foi morta no dia 3 de março de 2014 no apartamento alugado por amigos, que ela estava cuidando. O corpo da jovem, que tinha 26 anos, foi encontrado três dias depois da última vez que havia sido vista.

Depoimentos de testemunhas e imagens das câmeras de monitoramento do prédio onde Martina estava ajudaram a identificar o suspeito. Depois de ser considerado foragido, Jeferson foi preso em Nova Laranjeiras, na região central, duas semanas após o crime e confessou o assassinato.

A confissão, ainda na delegacia, garantiu a redução de um ano e seis meses na pena. À época, Jeferson disse que foi aconselhado por um pai de santo a matar a estudante como um sacrifício espiritual, o que não foi considerado no julgamento.

Segundo a perícia do Instituto Médico-Legal, a estudante morreu por causa de asfixia mecânica, provocada por estrangulamento e enforcamento por um fio elétrico.