Cascavel – Uma das maiores cidades do Estado, Cascavel não tem um grupamento de bombeiros adequado para o seu porte. Atualmente, o 4º Grupamento de Bombeiros conta com aproximadamente 140 bombeiros.
Se levado em consideração o fato de os militares trabalharem no sistema de escalas e parte dos profissionais atuar no serviço administrativo, a corporação conta com cerca de 25 bombeiros para atendimento das ocorrências.
O contingente do Corpo de Bombeiros de Cascavel é 55% menor do que o necessário. A ONU (Organização das Nações Unidas) recomenda um bombeiro para cada mil habitantes. Hoje, a cidade dispõe de um profissional para cada 2,2 mil pessoas. Apesar do número defasado, a corporação consegue prestar um serviço de qualidade para a população do município.
“Com o contingente atual, nós conseguimos fazer os atendimentos. Lógico, se tiver mais pessoal, é sempre bem-vindo. Estamos aguardando a contratação dos aprovados no último concurso. O Governo do Estado já anunciou que irá chamar os aprovados, mas ainda não há uma previsão”, comenta a tenente Rafaela Tassi.
Para o presidente da APCS (Associação de Policiais, Cabos e Soldados), Laudenir Dotta, a defasagem no número de bombeiros e policiais militares não se restringe a Cascavel.
“Todos os anos, diversos policiais e bombeiros deixam a corporação e o Governo do Estado não faz a reposição de pessoal. O tempo passa, o trabalho aumenta e acaba gerando uma sobrecarga no efetivo remanescente”, alerta.
Jornada mensal
Segundo Laudenir Dotta, a sobrecarga nos profissionais pode ser ainda mais grave, visto que a jornada de trabalho é de 60 horas semanais, superior à média de outras profissões.
“Precisamos levar em consideração o fato de um bombeiro trabalhar em uma jornada de 240 horas mensais. Isso ultrapassa e muito a média civil, que é de aproximadamente 168 horas mensais”, argumenta o presidente da APCS.
Empresa de Toledo tem efetivo maior
Para se ter ideia no tamanho da defasagem do contingente do 4º Grupamento de Bombeiros de Cascavel, basta comparar o número de profissionais da corporação com a quantidade de brigadistas da Prati-Donaduzzi, empresa de medicamentos situada na cidade de Toledo.
Uma das principais fabricantes de medicamentos do País, a empresa conta com cerca de 240 brigadistas, divididos por turnos. Em caso de um incêndio nas dependências da companhia, cerca de 60 profissionais estão aptos a realizar o combate às chamas.
“Os brigadistas participam de treinamentos mensais e simulações. Em 2014, 65 profissionais participaram de um curso em Paulínia (SP), em uma empresa que é referencia na América Latina neste assunto. Isto dá uma segurança maior para funcionários e para os donos da empresa”, comenta a supervisora de Segurança do Trabalho, Fabíola Chassot.
