Policial

Amigo de australiano pede informações a dono de bar onde eles estiveram antes de desaparecimento

RIO – Companheiro de viagem de Rye Hunt, o também australiano Michell Sheppard, trocou mensagens de Whatsapp com o dono do Raízes da Lapa, bar onde eles estiveram na noite anterior ao desaparecimento de Rye, para saber o paradeiro do amigo. Na conversa, a qual a imprensa teve acesso, Mitchell também agradece a ajuda de Bruno, que os levou de volta a um albergue em Copacabana onde eles estavam hospedados após uma madrugada de excessos da dupla.

“Oi, Bruno. Me desculpe por te incomodar. Só uma perguntinha… Você viu meu amigo Rye? O cara que estava comigo naquela noite? Ele está desaparecido há três dias. Não ligou o telefone ou acessou o Facebook. Estou realmente ficando preocupado, por isso pensei em te perguntar”, escreveu Mitchell.

O dono do Raízes da Lapa responde, então, que não os tinha visto desde que ele os deixou de volta no albergue:

“Você disse que voltaria a meu bar para dar uma gorjeta aos meus seguranças, mas não voltou. Não sabia do seu amigo. Se eu puder ajudar de alguma forma, me avise. Boa sorte”.

IMG-20160602-WA0001.jpgMitchell pede desculpas e explica o ocorrido:

“Meu amigo estava surtando achando que eu queria matá-lo. Então, nos separamos no aeroporto e não o vejo desde então. Obrigada por tudo, Bruno. Vou continuar procurando ele”, finalizou.

O CASO

O australiano Rye Hunt, de 25 anos, está desaparecido desde 21 de maio, quando foi visto deixando em um táxi o aeroporto do Galeão, de onde embarcaria para a Bolívia com o amigo, Mitchell Sheppard, de 22. O rapaz alugou um apartamento em Copacabana, onde deixou os seus pertences, mas deixou o local no mesmo dia e não voltou mais.

Parentes do australiano ficaram sabendo na última quarta-feira, através do GLOBO, que o rapaz foi visto na Ilha de Cotunduba, a 900 metros da Pedra do Leme, no último dia 22, machucado e transtornado após uso de droga. Romany Brodribb já havia dito que estava frustrada com a demora das autoridades australianas em passar informações sobre o caso. De acordo com ela, a família não sabia de nenhum histórico de uso de drogas por parte do rapaz. Australiano desaparecido – 01/06

“Ele trabalha numa mineradora, que requer que seus empregados façam testes para verificar uso de substâncias ilegais regularmente. Os de Rye nunca deram positivo. A família requer provas significativas de que ele usou substâncias ilícitas e está angustiada pela possibilidade de que esta notícia desvie a polícia do foco real que deve ser encontrar Rye”, diz um comunicado enviado à imprensa pela família na tarde de quarta.

Em entrevista coletiva realizada nesta quarta-feira, a delegada Elen Souto, responsável pela investigação do caso, afirmou que Rye entrou em um surto psicótico após ele e o amigo, Mitchell Shephard, de 22 anos, terem ingerido MDMA — droga também conhecida como MD ou “Michael Douglas” —, que tem o mesmo princípio alucinógeno do ecstasy. De acordo com Elen, ele desapareceu depois do episódio.

Ryan e o amigo aspiraram a droga, que devia ser diluída em água, ainda no hostel em que estavam hospedados, na Lapa, e saíram para a festa “Raízes da Lapa”, no mesmo bairro, na madrugada de sexta para sábado. No local, o australiano fez novamente uso da droga, segundo a delegada, além de ingerir bebida alcoólica. A mistura fez com que ele e o amigo entrassem em surto.

— Os dois entraram em um surto psicótico e foram expulsos da festa, às 6h do dia 21, alegando que estavam sendo perseguidos e que queriam matá-los. Eles voltaram para o hostel e decidiram antecipar a ida para a Bolívia, que estava planejada para o dia 24 — contou a delegada.