Opinião

Soltem nossas amarras

Por Carla Hachmann

O FMI (Fundo Monetário Internacional) afirmou nessa sexta-feira (18) que o sistema tributário é o principal obstáculo para investimentos no Brasil. Dias antes, empresários de pequeno porte ouvidos por todo o País disseram quase que a mesma coisa. É que eles sentem diretamente nas costas a carga fiscal.

Essa constatação não é inédita nem surpreende. Apenas reforça a importância de o País continuar avançando com as reformas propostas no início do ano. Afinal, estamos terminando outubro sem que a reforma da Previdência tenha sido concluída e não parece haver qualquer consenso com relação ao novo sistema tributário. Celeridade deve ser a palavra de ordem para soltar nossas amarras.

O emprego está crescendo, ainda que a passos lentos e longe de recuperar tudo o que foi perdido, e nos aproximamos de mais um fim de ano com baixas expectativas para as vendas do varejo. O receio é latente. E com razão.

Apesar de atingirmos os mais baixos juros básicos da história, o crédito pessoal é um dos mais caros do mundo. Os bancos “culpam” a inadimplência. Claro! Quem consegue pagar cheque especial e rotativo do cartão de crédito?

A receita e os ingredientes estão dados e conhecidos de todos. O problema é que, quanto mais tempo demorar, mais “batumado” fica nosso “bolo”.

Vivemos um cenário hostil para quem mora aqui e pior ainda para quem pretende investir aqui.

Investidores têm adiado suas apostas no Brasil, que parece se enrolar com o próprio novelo. Precisamos desatar os nós e liberar o fluxo. Ninguém suporta mais tanto desânimo. O País precisa voltar a crescer, produzir, gerar renda, criar empregos, avançar. Afinal, quem foi eleito há um ano prometeu fazer tudo isso. Estamos esperando!