Quando o assunto HIV/Aids veio a público, na década de 80, seguido da morte de artistas e pessoas famosas, o medo se instalou em torno da doença – além de muito tabu e preconceito -, o que ajudou na conscientização (embora pequena) para a prevenção ao vírus que era fatal.
Com o passar dos anos, o tratamento evoluiu e hoje portadores convivem com a carga viral zerada (curados!), não transmitem mais a doença e muito provavelmente não irão morrer em consequência dela. Mas precisam seguir com o tratamento até o fim da vida, pelo menos até agora.
Essa vitória causou um retrocesso no combate à doença. Se a Aids não mata mais, não precisamos mais ter medo dela e o que se vê é um aumento no número de casos, especialmente entre jovens, com casos já a partir dos 15 anos de idade.
Com o fim do tabu de “grupos de risco”, hoje os homens hetero representam a maioria (65%) dos casos diagnosticados.
Neste domingo, o mundo lembra da luta contra a Aids. E, por aqui, o Ministério da Saúde faz um preocupante alerta: 135 mil pessoas no Brasil convivem com o vírus HIV e não sabem.
Outros tanto sabem, não fazem tratamento e não se preocupam em espalhar o vírus.
O Ministério da Saúde considera que o Brasil tem uma “epidemia estabilizada” em torno de 900 mil pessoas com casos de Aids, mas alerta para a epidemia principalmente em homens jovens, na faixa etária de 25 a 39 anos. É com essa população que as atenções se voltam agora. O foco é reforçar a importância da prevenção, da testagem e do tratamento. E conseguir alcançar as pessoas. Para se ter ideia, 90% dos brasileiros nunca fizeram o teste que é gratuito.