Opinião

O limite entre protesto e baderna

Por Carla Hachmann

O Paraná quase reviveu um episódio triste da sua história esta semana. E levantou novamente a questão: qual o limite entre protesto e baderna?

Em um estado democrático de direito, as pessoas têm o direito de manifestar sua contrariedade pelos atos do governo e os servidores podem cruzar os braços quando estão inconformados com algo ou lutam por alguma demanda própria. A falta de serviços à população e a pressão que isso gera sobre o governo acaba, em boa parte das vezes, dando êxito a esse tipo de artimanha.

Muitas conquistas foram escritas a partir de movimentos grevistas no País. E isso conferiu aos sindicatos, por muito tempo, um sentimento de simpatia da população.

Mas os tempos mudaram. As pessoas mudaram. E a sociedade também mudou. Hoje nem todos aceitam ser reféns para que uma determinada classe tenha vantagens para si. Por isso, nem toda greve tem o apoio da população e os movimentos vão perdendo força, porque o governo não se sente mais tão acuado em ceder.

O direito a protestar e brigar pelo que considera seu direito é justo. Faz parte da democracia. O que complica as coisas é quando o direito de um prejudica a vida do outro.

Nesta semana, o protesto dos servidores com a invasão na Assembleia Legislativa rendeu muitas críticas. Milhares de vídeos registraram quebradeira, agressão a policiais, destruição do patrimônio público. Havia mesmo a necessidade de destruir as portas da Alep? O que pretendiam aqueles que jogavam pedras e outros objetos contra os policiais?

Existem muitas formas de protestar e reivindicar. Baderna não é uma delas. Baderna é baderna!