De dimensões continentais, o Brasil tem um total de 16.886 quilômetros de fronteira seca com dez países, já incluindo aí o Departamento Ultramarino Francês da Guiana. Parte dessa extensão territorial é dividida por água, mas a maioria é de mato, boa parte formada pela floresta amazônica.
Mas, para os criminosos, a geografia não parece importar. Onde há rio, eles improvisam portos; onde há vegetação, abrem picadas e montam acampamentos; e até mesmo onde o asfalto já chegou, com aduanas e barreiras de fiscalização, eles dão um jeito de passar.
O Paraná tem sido uma das portas de entrada e saída de criminosos, especialmente na região de Foz do Iguaçu e na Costa Oeste. E isso não é de hoje. Tampouco é assunto desconhecido. Pelo contrário.
Contudo, o combate aos crimes transfronteiriços começa a ganhar proporções nunca vistas. As bases permanentes da Operação Hórus na região de Guaíra representaram significativo prejuízo a contrabandistas e traficantes, e agora a ação se soma a dois dos projetos mais avançados de segurança do País: o Fronteira Tech, que vai literalmente vigiar a entrada e a saída da Aduana e toda a Ponte da Amizade, na ligação entre Foz do Iguaçu e Cidade do Leste, e o Ciof (Centro Integrado de Operações de Fronteira), que reforçará as ações estratégicas estaduais de combate ao tráfico e ao crime organizado. A estrutura passa a integrar o Parque Tecnológico Itaipu.
Pela primeira vez serão instalados monitoramentos de inteligência artificial, que permitem identificação facial e de placas de veículos, importante avanço para encontrar criminosos e impedir a fuga e até a entrada deles. Um avanço que, esperamos, continue.