Opinião

Coluna Juliano Gazola: Dignidade correta

Quanto tempo você perdeu, com medo, receio e vergonha de pedir desculpas?

Coluna Juliano Gazola: Dignidade correta

Quanto tempo você perdeu, com medo, receio e vergonha de pedir desculpas?

É humilhante ligar ou procurar aquela pessoa que você ofendeu, sem querer ou aquele amigo que você disse algumas verdades. Quantas vezes você entrou em contato com alguém e disse: eu errei, não deveria ter dito o que disse. Perdoa-me?

Talvez para você isto possa ser extremamente difícil, sendo mais fácil enfrentar leões num coliseu lotado. Ou permanecer por horas recitando ho’oponopono, sem saber o significado destas afirmações.

É incrível, quando a verdade bate a nossa porta, quando aprofundamos na sabedoria. Uma verdade é perceber que é inútil focar nossas energias no autoperdão. Assim o fazemos, quase a vida inteira, porque é muito mais fácil do que o ato de pedir perdão a quem ofendemos.

Passar 1 ano de retiro com os monges tibetanos não irá adiantar. Demora-se a aprender, muitas vezes a duras penas, se ficarmos no autoperdão, estaremos jogando fora um dos movimentos mais poderosos de nosso espírito. Seremos como águias, com as asas amputadas se formos incapazes do ato de benevolência e grandeza. Uma águia sem asas viverá como um filhote indefeso.

Um aprendizado importante é colocar o peso da circunstância da vida nas costas e ter o orgulho de carregar. É comum percebeu que muitas pessoas colocaram na cabeça que o processo de limpeza mental e autoperdão aliviam o peso que cada um carrega na vida.

Uma analogia pertinente é que em um pensamento medíocre levanta voo com aquilo que é mais leve. Grandes estruturas que voam, utilizam o grande peso que possuem para voar alto. É duro, mas necessário saber que devemos desejar sermos gente, mas não leve. O sentimento de culpa, quando admitido, nos revela que algo nos falta e pedimos perdão com o coração cheio de esperança, de que a outra pessoa nos complete. É recebendo aquilo que nos falta, que nos torna verdadeiramente mais gente, não leve.

A impossibilidade do autoperdão nos assegura de que não podemos nos dar aquilo que não temos. É termos o papel de réu, que se acusa e de juiz que absolve. Uma tentação de tentação de querer ser como Deus. Faça as suas tentativas de criar e preencher em si mesmo o amor que lhe falta.

Você irá perceber que o amor nos deve ser doado por outra pessoa. Devemos por um fim imediato no fetiche de achar que os outros nos devem algo. Perdoar e pedir perdão, na vida adulta dará sentido à vida. A culpa, vista como um indivíduo adulto, não nos diminui. Ela nos move em direção de um ato bom, digno e sublime. O sentir a culpa e não negá-la, merece o perdão. Muito provável, o que falta em você, falta em mim. O que falta em você, quando você machuca alguém?

Ser verdadeiro, honesto, justo, puro, amável e de boa fama são virtudes que há 2 mil anos já nos foram orientadas. Quando alguém o perdoa, ela entrega algo que lhe falta.

Quais virtudes faltam em você? Não temos um cofre com todas as virtudes dentro. A soberba acaba com a dignidade do pedir perdão. Tentamos nos autoperdoar para limpar nossos erros. O perdão só pode ocorrer quando ele é doado.

Não podemos fazer nada que preste nesta vida, sem admitir nossos erros, nossos pecados. Você não pode dar a si mesmo o amor que não tem. Quem convive com você ou irá conviver, possui o que lhe falta. Pense nisto.

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