Durante a Copa do Mundo, em 2014, no Brasil, boa parte do País ficou boquiaberta com o que via: torcedores japoneses limpando a sujeira nas cadeiras do estádio, onde haviam assistido ao jogo de futebol. O que deveria ser hábito era, de fato, uma surpresa para muitos: como assim limpar o que sujou?
Essa cultura de jogar papel no chão e deixar lixo espalhado por onde passa começa cedo, vai pra sala de aula, ao cinema, parques e, claro, praia. Na noite da virada do ano, os veranistas jogaram 30.528 quilos de lixo nas praias de Matinhos, Guaratuba e Pontal do Paraná. Trinta toneladas jogadas na areia em apenas uma noite.
Situação que se repete em quase todo o litoral brasileiro, de norte a sul. Salvo alguns redutos onde os visitantes parecem seres de outro planeta. Mas é algo realmente raro de acontecer…
Em meio às brincadeiras e aos memes sobre o plástico que contamina os oceanos e muita gente acha que é exagero, ou até mentira, em dez dias os banhistas deixaram quase 200 toneladas de lixo nessas três praias paranaenses. E, apesar das equipes mantidas com dinheiro público para limpar o que os sujões deixaram para trás, parte desse lixo vai, sim, para dentro do oceano, poluindo e destruindo a vida marinha.
Por que é tão difícil seguir o exemplo dos japoneses? Por que não conseguimos ser responsáveis com o lixo que geramos?
No litoral paranaense, a Sanepar tem feito um trabalho de conscientização ambiental, entrega sacolinhas plásticas para que os próprios banhistas recolham o lixo que produzem enquanto estão na praia. Além disso, há 300 tambores distribuídos nos balneários para receber os resíduos gerados.
Impressiona é que todos gostam e até elogiam parques bem conservados, limpinhos, sem papel no chão… Mal sabem eles que basta jogar o lixo no lixo que isso se repetiria em todo lugar por onde passarem. Afinal, quem suja somos nós mesmos.