Entre os grandes desafios abertos à livre-empresa, a criação de um jornal é certamente um deles. Sem dizer da infraestrutura necessária, como o setor de maquinaria, o pessoal repórteres, redatores, técnicos gráficos – e a organização dos canais de distribuição, o desafio enfrentado por um novo jornal está, principalmente, na função social que ele adquire.
Órgão noticioso do dia-a-dia (todo dia), o jornal traz consigo muito mais do que a fria realidade das notícias que publica. Por suas posições, suas lutas, pelas defesas das causas justas e pelos ataques às injustiças, pelos problemas levantados, o jornal ultrapassa os níveis de uma simples instituição, para vir a ser um instrumento a serviço da comunidade a que se propôs servir.
Com o nascimento d’O Paraná, a região oeste do Estado ganha não só um meio de informação moderno, que utiliza as mais modernas técnicas jornalísticas, mas também um meio de defesa extremamente eficiente. Usando a feliz expressão de Marshall McLuhan, grande teórico da Comunicação Social, O Paraná será, para a nossa região, “tambor da tribo”.
Editado em Cascavel, nem por isso se fará um jornal cascavelense. Os horizontes são largos no oeste (aqui entende-se por oeste toda esta vasta região que inclui ainda o sudoeste e noroeste) para que o Paraná se restrinja a uma posição local.
Por outro lado, a sua posição regionalista não implica, em nenhum momento, em “bairrismos”, onde a obtusidade sobrepuja a essencial visão dos fatos. O Paraná defenderá os interesses da região oeste de maneira justa, inteligente, evitando de todas as maneiras que a paixão e a emoção faça com que nos distanciemos dos limites da razão em todos os sentidos da palavra.
Como o slogan adotado, o Paraná será um jornal de fato. Porque será um verdadeiro jornal. Porque já é uma realidade. Porque será sempre um acontecimento. Porque aqui, nestas páginas, serão trazidos, para o conhecimento de todos, fatos da política e da agropecuária,
e da sociedade, do comércio e da indústria, dos serviços públicos e dos setores privados do Estado, do país e do mundo, enfim. Sem fazer distinção entre posições, desde que firmadas à luz do Direito e da Justiça.
Ficam duas promessas para serem cobradas qualquer tempo: O Paraná será norteado no sentido dos grandes Jornais, os que merecem uma letra maiúscula não pelo formato ou tamanho, mas pela personalidade que possuem. E será sempre – parafraseando o presidente americano Abraham Lincoln – um jornal do oeste, para o oeste, pelo oeste
A partir de hoje.
O Paraná
Jornal de fato