Esportes

Obras do Transolímpico serão entregues no domingo

RIO – Apenas 26 quilômetros vão separar o Recreio dos Bandeirantes de Deodoro, e o tempo de viagem entre esses dois bairros será reduzido em 60%. As obras do Transolímpico, que conta com duas vias expressas em cada sentido e dois corredores de BRT, serão apresentadas hoje, com poucos acabamentos por fazer, e entregues no próximo domingo pelo prefeito Eduardo Paes. O percurso, entretanto, será aberto primeiramente para facilitar o deslocamento apenas dos participantes e do público dos Jogos para as áreas de competição, como o Parque Olímpico, na Barra da Tijuca, e o Complexo Esportivo de Deodoro. Só após o fim do evento esportivo, a população em geral poderá circular pela via.

De acordo com a Secretaria municipal de Transportes (SMTR), sete estações do BRT Transolímpico vão funcionar durante os Jogos. São elas: Vila Militar, São José de Magalhães Bastos, Marechal Fontenelle, Morro do Outeiro, Riocentro, Olof Palme e Recreio. Para garantir que o serviço seja utilizado apenas por espectadores da Olimpíada, os usuários vão precisar apresentar o RioCard Jogos 2016. Já as duas faixas da via expressa serão exclusivas para veículos da família olímpica e outros credenciados para o evento.

A SMTR estima que o BRT vá transportar 70 mil passageiros por dia. Já as vias expressas receberão até 55 mil carros. Os 26 quilômetros contam com quatro túneis e, após os Jogos, terão 18 estações. Haverá uma praça principal de pedágio, na altura de Sulacap, e uma secundária, na alça de acesso à Estrada do Rio Grande. A ViaRio, concessionária que administrará parte da via, está cadastrando proprietários de automóveis que vivem num raio de dois quilômetros, para que eles sejam isentos da cobrança deste segundo pedágio. O Transolímpico também fará integração com os trens da SuperVia.

Moradores usam via como área de lazer

Enquanto a família olímpica não chega, famílias cariocas passeiam a pé e de bicicleta numa área de lazer com os dias contados. Desde que as obras foram parcialmente liberadas, o local começou a ser explorado pelos moradores dos 11 bairros que são cruzados pela via. A aposentada Glória Gomes, de 63 anos, costuma tirar o domingo para passear com o neto Cauê.

— Entramos por Curicica e pedalamos até o autódromo. Depois voltamos e vamos até onde aguentamos — contou Glória, sem saber que em breve não poderá mais andar de bicicleta por ali.

Ciclista e moradora da Taquara, Carolina Queiroz também aproveitou ontem para fazer o reconhecimento do trajeto. Ela considerou uma pena a via não ter uma ciclovia, já que incentivaria o transporte alternativo e desafogaria ainda mais o trânsito.

De acordo com a Secretaria municipal de Obras, especialistas não recomendaram a implementação de uma ciclovia por se tratar de vias expressas, de alta velocidade e suspensas.