Em 2019, o Brasil acordou para o futebol feminino com a Copa do Mundo. Rompendo preconceitos, o evento uniu milhões de pessoas em frente à televisão e fez muitas pessoas se empolgarem de novo com a seleção canarinho. Prognósticos, notícias, e tudo o que é associado ao futebol masculino está agora e também descobrindo o mundo do futebol feminino.
Os recordes de audiência pela primeira vez mostraram que as mulheres não só fazem bonito no futebol como também estão evoluindo o esporte tanto quanto os homens. Infelizmente a desproporção entre as seleções ainda existe, e as mulheres recebem menos destaque e menores salários.
Em junho deste ano, um levantamento realizado pela France Football mostrou que o salário de Neymar, craque da seleção, é 269 vezes maior que o de Marta, melhor jogadora do mundo pela Federação Internacional de Futebol (FIFA) cinco vezes. Entretanto, Neymar nunca recebeu o título.
É verdade que a empolgação com a Copa do Mundo de Futebol Feminino ganhou mais relevância porque foi a primeira vez que foi transmitida em TV aberta. Contudo, essa não é a única razão pela qual o esporte tem chamado atenção.
A equipe feminina do Corinthians está em alta com 25 vitórias consecutivas no Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino. As meninas estão mostrando que sabem jogar. O time tem contado com mais investimento e por isso também chegou às quartas de final numa excelente posição.
Além do Brasileiro, a equipe está ainda no Paulistão e na Libertadores da América, que ocorre em outubro no Equador. Arthur Elias, técnico do time, disse que o futebol feminino tem evoluído muito e que só não cresce mais rapidamente porque ainda é ofuscado pelo futebol masculino.
Ele destacou a necessidade de um calendário mais organizado da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Para Elias é ruim que todos os campeonatos sejam decididos no mesmo período, uma temporada de apenas sete meses e meio. Isso faz com que os times enfrentem uma sequência enorme de jogos em pouco tempo.
A profissionalização do esporte também tem crescido. Há mais mulheres fazendo cursos de Educação Física e se especializando no futebol. Falar sobre o assunto ficou um pouco mais democrático, até porque metade dos torcedores no mundo todo é do sexo feminino.
O investimento ainda é um dos principais fatores que dificulta o crescimento das equipes. A concorrência com o futebol masculino faz com que as pessoas tenham que escolher que jogos ver e obviamente isso ofusca a categoria feminina.
Mesmo assim, as equipes femininas têm resistido e crescido. As torcidas também estão mais interessadas e têm reivindicado melhores condições para os times de mulheres.
Outro fator que tem adiado a evolução das meninas são os estádios. Majoritariamente utilizados pelas equipes do futebol masculino, os estádios não têm espaço para os jogos delas. Isso faz com que as equipes femininas precisem jogar fora de casa.
Tanto a nova equipe do São Paulo como a do Palmeiras estão jogando desde o início da temporada e nenhuma deles pisou no respectivo estádio ainda. E o Corinthians também tem jogado fora da arena desde o ano passado.
Até nos jogos de videogame as mulheres estão de fora. Apenas na franquia FIFA as seleções femininas dão os ares.
Fonte: Assessoria