Educação

Unioeste: Reitor garante que alunos “não serão prejudicados” com greve

Unioeste: Reitor garante que alunos “não serão prejudicados” com greve

A greve dos professores da Unioeste (Universidade do Oeste do Paraná) entrou no terceiro dia nesta quarta-feira (17) e a suspensão das aulas dos diversos cursos continua provocando preocupação dos cerca de 14 mil acadêmicos dos cinco campi da universidade; mesma preocupação de todas as outras universidades estaduais que somam mais de 80 mil acadêmicos em todo Paraná. Ontem (16), a reportagem do Jornal O Paraná conversou com o reitor da Unioeste, Alexandre Weber, que garantiu que “os alunos não serão prejudicados” e que todas as aulas perdidas serão repostas. Nos cinco campi são aproximadamente 1,2 mil professores.

Para Alexandre Weber, a greve é legítima e foi uma decisão tomada e intermediada pelo sindicato, mas que como ainda está nos primeiros dias, a universidade ainda não consegue mensurar a adesão dos professores ao movimento que ela está tendo, mas que internamente não “existe uma tensão” entre os professores e aqueles que não aderiram à greve – e querem trabalhar – pode continuar dando aula “tranquilamente”. “Tem professor em sala de aula”, disse o reitor.

Um ponto importante será a decisão em assembleia nesta quarta-feira (17) da adesão ou não a greve por parte dos agentes universitários, o que Weber não acredita que aconteça. “A greve acabou sendo provocada após as mudanças no plano de carreira dos servidores de todo Estado, mas no caso dos agentes houve mudanças positivas, ao contrário do plano dos professores”, explicou.

Conforme o reitor, as mudanças foram significativas e acabou movimentando todos os setores, mas não o dos professores o que acabou “inflamando a insatisfação da categoria”, que acumula as perdas nos últimos seis anos sem nenhum reajuste, somando 42,6% em perdas. “A perda inflacionária é grande, porque reflete na perda de salários dos professores. Os outros poderes, mesmo na pandemia, tiveram ao menos a reposição, ao contrário dos professores”, defendeu o reitor.

Weber deixou claro que há seis anos a categoria não recebeu nenhum reajuste, apenas um índice de 2% que acabou sendo diluído no aumento de contribuição previdenciária que passou de 11% para 14%, mudança que ocorreu em todo o país. “Mesmo durante a pandemia os poderes Legislativo e Judiciário tiveram reajustes, mas nós perdemos”, falou. Além disso, o reitor reforçou a decisão do Governo do Estado, que preferiu não corrigir o plano dos professores.

Na semana passada alguns reitores, entre eles o próprio Alexandre, estiveram em Curitiba e em conversa com o governador, estavam tentando negociar melhorias, mas que acabou agora travando com a greve. Ainda não existe uma previsão de negociação entre sindicato e governo.

“Altos Salários”

Sobre a questão dos “altos salários” que podem ser consultados no Portal da Transparência do Governo, o reitor reforçou que isso não é da maioria e que os mais altos são de médicos que, além de serem professores, atual no Huop (Hospital Universitário do Oeste do Paraná) e ainda nas clínicas de saúde ligadas a Unioeste. Ele deu um exemplo, de um professor com oito anos de carreira que, com doutorado, o salário máximo chega a R$ 18.329,00, acrescido de gratificações do Plano de Carreira, como os quinquênios, especificando ainda que os abonos podem chegar a 25% no decorrer do tempo de serviço de cada professor. Segundo Alexandre Webber, o salário “era para estar muito melhor”.

Nota do Editor

Informações e valores referentes aos salários dos professores lotados na Unioeste foram extraídos do Portal de Transparência do Governo do Paraná, são públicos e podem ser consultados por qualquer cidadão, porém, nomes foram omitidos. Apesar das explicações do reitor Alexandre Webber de que salários com valores mais expressivos se tratam de médicos que também atuam no Huop, nem todos os valores reproduzidos nesta edição são de professores que também estão classificados como “plantonistas”. Alguns dos valores são referentes apenas a atuação como professor, segundo os holerites no portal.

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A greve

A greve aprovada no último dia 9 de maio durante assembleia convocada pela a Adunioeste (Seção Sindical dos Docentes da Unioeste) que reivindica um reajuste de 42%, sendo que a proposta do Governo do Estado é de cerca de 6%. Para o sindicato, além disso, o Governo do Paraná “tem uma dívida” de 3,39% com os servidores, referente à data-base de 2016, que ainda não foi paga, mesmo diante de determinação judicial.

O governador Ratinho Júnior anunciou no dia 31 de março a reposição de 5,79% aos servidores estaduais e, desde então a categoria, por meio de seus sindicatos e seções sindicais, vem se mobilizando em todo estado.

Foto: AEN

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Atividades mantidas

Pelas as redes sociais e presencialmente, o Comitê de Ética do Comando Geral de greve entregou panfleto que descreve a manutenção das atividades essenciais durante a greve, decisões que foram tomadas pelo grupo Para a graduação ficou entendido como atividades essencial os estágios iniciados e em andamento, atividades que envolvem convênios externos e com calendário e convênios já firmados.

No caso de pós-graduação podem ser realizado o preenchimento da coleta Capes, bancas agendadas, eventos que tenham sido pré-agendados com convite a palestrantes e que envolva a participação da comunidade externa e residências hospitalares. Nas áreas de pesquisa e de extensão, podem ter continuidade atividades que envolvam seres e organismos vivos, programas com atendimento a comunidade, como das clínicas, farmácia escolas e de prestação de serviço.