Educação

Campanha de prevenção ao suicídio dá enfoque à valorização dos laços sociais

Ação de Psicologia alertou sobre sinais e de como ajudar pessoas com ideação suicida

Campanha de prevenção ao suicídio dá enfoque à valorização dos laços sociais

A campanha Setembro Amarelo acontece no Brasil desde 2015, e foi idealizada pelo CVV (Centro de Valorização da Vida), pelo CFM (Conselho Federal de Medicina) e pela ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria). De acordo com dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), a média de suicídio no Brasil é de 32 casos por dia, no mundo a cada 40 segundos uma pessoa tira a própria vida. São 1 milhão de mortes a cada ano. O site da campanha informa que nove em cada dez mortes podem ser evitadas.

A primeira medida de prevenção são as atividades educativas. O assunto pode ser considerado pesado, mas falar sobre suicídio é necessário. A campanha ganha vários agentes de disseminação por todo o País, a exemplo do curso de Psicologia do Centro FAG.

Os estagiários da Clínica Psicanalítica FAG abordaram os acadêmicos na última terça-feira (10) e, em uma breve conversa, explicaram sobre sinais de alerta que a pessoa com ideação suicida pode demonstrar e quais são os canais de ajuda.

O supervisor de estágio na clínica-escola na abordagem psicanalítica, Cristiano de Souza, que coordenou a ação com os alunos, explica o fenômeno como multifatorial, que pode estar atrelado a transtornos psicopatológicos e psicossociais.

O professor lembra que a OMS estima que a depressão seja uma das doenças mais incapacitantes em 2020, e que a doença pode levar a pessoa a pensar em suicídio. Outro fator de risco, destacado pelo professor, é o uso de drogas lícitas e ilícitas. “Um terceiro fator é o enfraquecimento dos laços sociais. Há séculos se discute sobre a importância desse fortalecimento como fator de proteção. E nós caminhamos contra isso, em casa, fora de casa, no ambiente escolar. Queremos propagar e estimular esses laços entre nossos acadêmicos, construindo uma rede de apoio”.

Isolamento, mudanças marcantes de hábitos, perda de interesse por atividades de que gostava, descuido com aparência, piora do desempenho na escola ou no trabalho, alterações no sono e no apetite, frases como “preferia estar morto” ou “quero desaparecer” sinalizam que uma pessoa necessita de ajuda.

A acadêmica de Psicologia Natália da Fonseca Incerti alerta: “As pessoas costumam dizer que quem quer se matar não avisa. Mas avisa sim. Às vezes não claramente. A nossa mensagem é mais para que as pessoas percebam o que está acontecendo ao seu redor, e possam agir, ajudando um amigo, um familiar, um ente querido”.

Os canais de ajuda, divulgados na ação de Psicologia, são o telefone 188 e o site www.cvv.org.br. Os postos de saúde também orientam e encaminham os pacientes para o tratamento adequado. Não espere para procurar ajuda. Viver é a forma de vencer esse problema.

 

Árvores da Vida

Nos blocos do Centro FAG foram montadas árvores com mensagens de afeto. Elas ficarão enfeitando o câmpus durante todo o mês. Além do aspecto decorativo, o intuito é tornar um meio de comunicação entre a comunidade acadêmica. Todos estão convidados a deixar uma frase, uma reflexão positiva sobre a vida. “Falar de prevenção de suicídio é falar de promoção da vida”, reforça Cristiano.

 

Palestra

A campanha Setembro Amarelo será finalizada no Centro FAG com uma palestra, aberta ao público, no dia 2 de outubro, no anfiteatro da reitoria, às 19h. O tema será “Saúde Mental dos Acadêmicos e Prevenção do Suicídio”, os palestrantes serão o professor e psicólogo Cristiano de Souza e o psiquiatra Fabiano da Rosa Agostinho.