São Paulo – Um eventual acordo de livre-comércio entre Brasil e China traria um saldo de resultados positivo para a economia brasileira, revela um estudo de pesquisadores do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). O resultado final seria mais crescimento econômico, mais investimentos e menos inflação, sugere o estudo, que será divulgado durante um seminário nesta quarta-feira, em Brasília, e foi antecipado pelo Estadão.
A parceria já foi aventada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e anunciada recentemente, durante a Cúpula dos Brics, em Brasília.
Se as tarifas de importação no comércio bilateral entre os dois países fossem zeradas aos poucos em dez anos, o Brasil poderia, até 2030, exportar, para todos os países (não só para a China) 8,75% a mais do que faria num cenário sem livre comércio. As projeções nos dois cenários ainda indicam queda no total de exportações brasileiras de 2020 a 2030, mas a redução seria menor com um acordo.
No caso das importações, no cenário em que um acordo comercial fosse firmado com os chineses, os valores seriam 7,73% superiores ao do cenário atual. As projeções dos dois cenários, com e sem acordo, apontam para alta nas importações, no acumulado de 2020 a 2030.
Menor superávit desde 2015
A queda na cotação de diversos produtos internacionais e a redução do embarque de alguns itens fizeram a balança comercial fechar novembro com o menor superávit em quatro anos. No mês passado, o País exportou R$ 3,428 bilhões a mais do que importou, o pior resultado para o mês desde 2015 (US$ 1,177 bilhão).
Com o resultado de novembro, a balança comercial acumula superávit de US$ 41,079 bilhões em 2019, valor mais baixo para o período desde 2015.
No mês passado, as exportações caíram 16% pela média diária, atingindo US$ 17,596 bilhões. As importações encerraram novembro em US$ 14,169 bilhões, também com recuo de 16% pela média diária.