Economia

Juros básicos: BC reduz Selic a 5,5%, novo recorde

Esse é o segundo corte da taxa no atual ciclo após 16 meses de estabilidade

Brasília – O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decidiu, por unanimidade, reduzir a Selic – taxa básica de juros – em 0,50 ponto porcentual, de 6% para 5,50% ao ano. Esse é o segundo corte da taxa no atual ciclo após 16 meses de estabilidade. Com isso, a Selic atinge novo piso da série histórica do Copom, iniciada em junho de 1996.

Em meio à fraqueza da economia e aos índices controlados de inflação, a expectativa do mercado financeiro era de que a Selic passasse por novo corte.

O Copom também atualizou suas projeções para a inflação. No cenário de mercado – que utiliza expectativas do mercado financeiro para o câmbio e os juros -, o BC alterou sua projeção para o IPCA – índice oficial de preços – em 2019 de 3,6% para 3,4%. Para 2020, a expectativa permanece em 3,6%. O centro da meta de inflação perseguida pelo BC este ano é de 4,25%.

Apesar do corte, o impacto imediato no custo do crédito ao consumidor final tende a ser pequeno, avalia a Anefac (Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade). Cálculos feitos pela entidade indicam que o juro médio cobrado de pessoas físicas no comércio passará de 78,36% para 77,54% ao ano. No caso do cartão de crédito, a redução significará queda dos juros de 266,85% para 265,28% ao ano.

Fed corta juros para 1,75%

Já nos Estados Unidos, o Fed (Federal Reserve – banco central) cortou os juros do país em 0,25 ponto porcentual, baixando a taxa básica para a faixa entre 1,75% e 2% e deixou a porta aberta para futuros cortes. É a segunda vez que faz isso desde a crise global de 2008. A primeira foi em julho, após forte pressão do presidente americano, Donald Trump.

Nesta semana, o Fed também injetou US$ 128 bilhões (cerca de R$ 524 bilhões) no mercado. É a primeira vez que o Fed coloca recursos de maneira pesada, nos últimos dez anos.

O Fed também cortou a taxa sobre compulsório e excesso de reservas nos Estados Unidos. Como consequência, o Ibovespa perdeu os 104 mil pontos se o dólar encostou em R$ 4,10.