Economia

FMI faz corte brusco na estimativa de crescimento da economia do Brasil

Em abril, a expectativa do órgão era de um crescimento de 2,1%

Nova York – O FMI (Fundo Monetário Internacional) cortou a menos da metade a previsão para o crescimento da economia brasileira este ano. Na atualização do relatório “World Economic Outlook”, divulgada nessa terça-feira (23), o fundo passou a estimar uma expansão de 0,8% para o PIB (Produto Interno Bruto) do País este ano. Em abril, a expectativa do órgão era de um crescimento de 2,1%.

Com o corte brusco, o FMI já está mais pessimista que o mercado brasileiro: os economistas dos bancos esperam um crescimento de 0,82% para o PIB, segundo dados coletados pelo Banco Central. Foi o segundo recuo seguido nas estimativas. Em janeiro, o crescimento esperado era de 2,5%.

Segundo o Fundo, a piora é resultado do “considerável enfraquecimento” da confiança, conforme seguem as incertezas sobre a aprovação da reforma da Previdência e outras reformas estruturais. A revisão para baixo reflete ainda uma demanda doméstica mais fraca que a esperada.

O FMI adverte que há riscos de piora nas estimativas, em caso de incremento nas tensões comerciais e tecnológicas que prejudiquem a confiança e desacelerem o investimento, entre outros.

Anvisa reclassifica agrotóxicos

Brasília – A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou nessa terça-feira (23) um novo marco legal para avaliação dos riscos à saúde vinculados a agrotóxicos.

A mudança pode fazer com que agrotóxicos hoje classificados como “extremamente tóxicos” passem a ser incluídos em categorias mais baixas, como moderadamente tóxicos, pouco tóxicos ou com dano agudo improvável à saúde.

Isso porque a agência vai adotar novos critérios e usar apenas estudos de mortalidade para definir a classificação – ou seja, os casos em que uma inalação ou ingestão traz risco de morte ou outros danos graves à saúde.

Hoje, para determinar o grau de toxicidade de um agrotóxico, o modelo em vigor leva em conta estudos de mortalidade em diferentes tipos de exposição ao produto e o resultado tido como “mais restritivo” em testes de irritação dos olhos e da pele.

Segundo o gerente de avaliação de segurança toxicológica, Caio Almeida, a inclusão dos estudos de irritação dos olhos e da pele nos critérios acaba fazendo com que a maioria dos agrotóxicos no Brasil seja registrado hoje como “extremamente tóxico”.

A agência vai adotar um formato chamado de GHS (nome da sigla em inglês que indica Sistema Global de Classificação Harmonizado), padrão indicado pela ONU e adotado em 53 países, incluindo a Europa, e que serve também para outros produtos químicos.

Por esse modelo, os dados dos testes de irritação dos olhos e da pele passam a ser considerados apenas para adoção de medidas de alerta nos rótulos e bulas aos agricultores sobre riscos à saúde.

Almeida diz que a agência analisa dados do impacto da mudança entre os cerca de 2.300 agrotóxicos registrados, mas reconhece que a medida deve fazer com que a maioria passe a classificações mais baixas.

“Estamos trabalhando esses dados. Mas de classe 1 [extremamente tóxico] seriam hoje entre 700 e 800 produtos. Com o GHS, vamos ter 200 a 300 produtos nas categorias 1 e 2”, diz ele, que estima que ao menos 500 tenham classificação alterada.

Atualmente, um agrotóxico é classificado em quatro categorias: extremamente tóxico, altamente tóxico, moderadamente tóxico e pouco tóxico.

Com as novas regras, serão incluídas duas categorias, as quais visam indicar se um produto é “improvável de causar dano agudo” ou se é “não classificado” (ou seja, tem baixa toxicidade).