Economia

Economia regional: Potencial do consumo das famílias é de R$ 34,6 bilhões para o oeste

Entre os itens que mais devem pesar no bolso está a manutenção do lar, despesas extras e alimentação

Economia regional: Potencial do consumo das famílias é de R$ 34,6 bilhões para o oeste

Cascavel – Grande responsável por um dos impulsionadores do crescimento da economia do País, dos estados e dos municípios, o consumo das famílias promete ter papel decisivo nos dados oficiais deste ano daquilo que se espera que a economia efetivamente cresça.

A expectativa é para que a elevação do Produto Interno Bruto tenha como uma das suas principais interferências justamente este consumo. Somente as famílias podem injetar na economia da região oeste, segundo projeção para este ano, R$ 34,671 bilhões. Vale ressaltar que o PIB do oeste em 2018 (com ano base 2016) foi de R$ 52,367 bilhões, ou seja, a projeção para o consumo das famílias corresponde a 66% da soma dos bens, produtos e serviços regional. Os dados do PIB em 2019, com base em 2017, ainda não foram divulgados pelo IBGE.

Se considerados os dez municípios com maior participação no consumo em todo o Estado, ao menos três são do oeste: Cascavel (4º com R$ 9,58 bilhões), Foz do Iguaçu (8º com R$ 6,218 bilhões) e Toledo (10º com R$ 4,023 bilhões). Sozinhos os três responderão, conforme a expectativa, por R$ 19,84 bilhões, ou seja, 57% do total que as famílias deverão gastar neste ano por toda a região.

Esta previsão é baseada no índice de inflação IPCA de 3,89% com estudo realizado pelo IPC Maps 2019, especializado no cálculo de índices de potencial de consumo, com base em dados oficiais.

O levantamento não estratifica os setores onde este consumo deverá se estabelecer de forma detalhada por município, mas nas características gerais do Paraná ele ocorre da seguinte forma: com 11.433.952 habitantes, 9.944.241 vivendo no meio urbano e 1.489.711 no rural, juntos eles prometem ter um potencial de consumo de R$ 298,144 bilhões em 2019. O PIB paranaense é de R$ 401,661 bilhões. Este consumo das famílias no Estado pode representar neste ano 68% do PIB estadual.

Como os paranaenses vão gastar em 2019

Para analisar os dados a seguir, foram consideradas as informações que refletem diretamente nos hábitos do consumo, como a classe social das famílias e seu respectivo poder de compra/gasto. As inseridas na classe A somam 93.888 e representam 2,7% do total no Paraná; a classe B tem 862.879 famílias e responde por 24,8% do total, já a classe C, a maior no Estado, tem 1.809.179 que juntas representam 52%. A classe D tem 715.655 famílias e 20,6% do total.

Em volumes financeiros, a classe C será a que mais vai gastar neste ano no Paraná com R$ 112 bilhões, seguida pela classe B com R$ 105,7 bilhões, a classe A em terceiro lugar com quase R$ 34,5 bilhões e a classe D com R$ 19,5 bilhões. A forma como os paranaenses devem gastar revela que, manter a casa, despesas gerais e a alimentação responderão por mais de R$ 155 bilhões, ou seja, 57% de todos os gastos projetados às famílias para este ano.

O setor que, de longe, será aonde os paranaenses, de todas as classes econômicas, vão gastar mais será a manutenção do lar com R$ 70,122 bilhões. As chamadas outras despesas vêm em seguida com a perspectiva de consumir dos paranaenses R$ 54,8 bilhões neste ano, completando o triângulo dos gastos com a alimentação dentro de casa, com projeção de R$ 30,529 bilhões.

A expectativa de reformas, iniciar uma construção ou fazer pequenos reparos no lar fará com que os paranaenses gastem neste ano R$ 19,3 bilhões na compra de materiais de construção. Já o veículo próprio é o quinto item que mais pesa no bolso com a expectativa de gastos de mais de R$ 15 bilhões.

O produto com o qual os moradores do Paraná menos vão gastar neste ano é a compra de tabaco, com expectativa de R$ 1,233 bilhão. Entre as classes econômicas que mais gastam com cigarros é a classe C com R$ 694,7 milhões, seguida pela classe D com R$ 235 milhões.

Consumo nacional de R$ 4.7 trilhões

Por todo o País o levantamento aponta que a economia tem potencial para movimentar cerca de R$ 4,7 trilhões neste ano, sendo responsável por 64,8% da somatória de bens e serviços.

O levantamento revelou ainda que as capitais estão perdendo espaço no consumo (de 29,6% em 2018 para 28,9% este ano) e, em contrapartida, o interior dos estados volta a dar sinais de recuperação, elevando de 54% para 54,4% a movimentação de recursos neste ano.

Com mais de 210 milhões de habitantes, o Brasil concentra 84,8% dos seus cidadãos (178,1 milhões) na área urbana, que respondem pelo consumo per capita de R$ 24.420,15. Enquanto isso, os gastos dos 31,9 milhões de cidadãos rurais correspondem a R$ 10.498,72 por habitante.

Pelo Brasil, a liderança do consumo permanece com o Sudeste, com 48,89%, seguido pelo Nordeste, com 18,82%. A região Sul, que em 2018 tinha aumentado sua fatia para 18,07%, volta a cair para 17,82%, assim como o Centro-Oeste, que de 8,51% retrai para 8,21%. O reflexo na região Norte, por sua vez, é de 6,25%, contra 5,89% de participação em 2018.

Perfil empresarial

A pesquisa IPCMaps constata o incremento de 12,9% no patamar empresarial, com a presença de 23.470.289 estabelecimentos instalados no País. Deste montante, quase metade (49,2%) corresponde ao setor de Serviços. Na sequência, aparecem atividades relacionadas aos segmentos de Comércio, com 31,9% (7.496.727), Indústrias, 16,1% (3.772.271) e, finalmente, Agribusiness, com 2,8% (657.547).

Faixas etárias

A exemplo dos últimos anos, a população segue envelhecendo. Em 2019, mais de 29 milhões de brasileiros terão 60 anos ou mais, sendo a maioria formada por mulheres. Na faixa etária economicamente ativa, de 18 a 59 anos, esse número é de 127,2 milhões, ou 60,5% do total dos habitantes. Representando a minoria, os jovens e adolescentes, de 10 a 17 anos, somam 24,4 milhões, sendo superados pelas crianças de até 9 anos, que já representam 29,4 milhões.

Reportagem: Juliet Manfrin