Cascavel – A agricultura familiar responde por 70% das propriedades rurais do Paraná. E para fomentar esse negócio que vem do campo, os pequenos produtores precisam se reinventar e adotar novas tecnologias para manter a produção competitiva.
Para isso, mais de 114 mil produtores de Cascavel aderiram ao programa Trator Solidário, do Governo do Estado, que subsidia a compra de máquinas agrícolas com preços de 15% a 18% menores dos que os de mercado e com juros anuais de 5,5%. Desde 2007, quando o programa foi implantado, foram mais de R$ 6,8 milhões financiados para os cidadãos cascavelenses.
Esse é o caso do agricultor Augustinho Konrad, morador do Reassentamento São Francisco, em Cascavel, que planta milho, soja, feijão e ainda trabalha com gado de leite em sua propriedade.
“Eu sempre dependia dos outros para poder fazer os trabalhos com o trator na lavoura. E, claro, sempre tinha que pagar por isso. Com o programa, passei a ser realmente dono da minha propriedade, pois faço de tudo com a máquina: desde passar veneno, até plantar, silagem e preparar a terra”, conta.
Augustinho financiou o trator 75CV por R$ 71,8 mil, o pagamento será realizado em quatro anos. O preço dessa mesma máquina no mercado chega a R$ 90 mil.
“Vi uma oportunidade única. Aos pequenos produtores que ainda têm dúvidas, eu só posso recomendar. O trabalho ficou muito mais rápido. Dá até mais tempo para descansar. Todo o processo, inclusive, ficou mais barato. Hoje, ele é o xodó da casa, o símbolo de uma conquista”, frisa.
Conforme a engenheira agrônoma do Deral (Departamento de Economia Rural) Gianna Maria Cirio, R$ 218,9 milhões foram financiados em todo o Paraná desde 2011. Nesse período, foram 3.525 tratores, no valor de R$ 207 milhões, e de 35 colhedoras, de R$ 11,9 milhões.
O programa é voltado para pequenas propriedades, com até 64 hectares. A renda bruta anual dos trabalhadores tem que ser de até R$ 360 mil.
“O produtor tem até dez anos para pagar e até dois anos de carência. O valor pode, inclusive, ser convertido em sacas de milho para ficar mais fácil para o agricultor visualizar o quanto terá que arcar por ano. O agricultor que tiver interesse em participar do programa tem que se apresentar na Emater, já com a declaração de aptidão Pronaf, que identifica ele como pertencente à agricultura familiar”, explica.
Vale destacar que para se enquadrar ao programa, pelo menos 80% da renda bruta da propriedade deve vir da agropecuária.
Expansão
Há oito meses, o Trator Solidário – que apoiava até então a compra de tratores e pulverizadores – foi ampliado e passou a contemplar também o financiamento de colhedoras. A expectativa é que em 2015 sejam financiados mil tratores, 100 colhedoras, e 100 pulverizadores.
O próximo passo será oferecer a oportunidade de compra de tratores cabinados.
“É uma forma de oferecer também mais segurança aos produtores, principlamente no que se refere à aplicação de agrotóxicos nas lavouras. Uma atenção à saúde do trabalhador do campo”, pontua a engenheira agrônoma do Deral, Gianna Maria Cirio.
(Com informações de Crislaine Güetter)
