Cotidiano

Trabalhadores com mais tempo de casa estão pedindo benefício

Em setembro foram registradas 1.417 solicitações, dessas, 1.232 foram habilitadas

Cascavel – Com 57 anos, o ex-apontador Lauro Paulo Marin Ferreira está desempregado há seis meses. Lauro já recebeu quatro parcelas do seguro-desemprego e agora busca por uma vaga que ele sabe que será difícil encontrar.

“Tenho feito alguns trabalhos de maneira autônoma, porém, queria um registro na área de apontador, ou porteiro, ou algo neste setor”, busca.

Na Agência do Trabalhador de Cascavel, é possível perceber o aumento na procura pelo seguro, porém, o atendimento encontra-se com o efetivo reduzido, o que compromete o número de atendimentos.

“No ano passado nós contávamos com seis atendentes no setor, agora são apenas quatro”, explica o encarregado do seguro-desemprego, Josias Eduardo Ramos Carneiro.

Por isso, no mês de setembro foram registradas 1.417 solicitações do seguro-desemprego e dessas, 1.232 foram habilitados. No mesmo período do ano passado foram 1.643 solicitações e 1.317 habilitados.

“Se o número de atendentes fosse o mesmo, com certeza haveria um aumento de até 300 solicitações do benefício comparando com o mesmo período do ano passado”, estima Josias.

A preocupação é a mudança no perfil dos trabalhadores que agora faz a solicitação.

“Antes, eram trabalhadores que haviam feito acordo com o patrão para fazer alguma reforma e que não tinham muito tempo de trabalho. Agora, são pessoas entre 25 e 40 anos que têm mais de três e até quatro anos de trabalho. No ano passado, era difícil ver pessoas com tantos anos de emprego solicitar o seguro”, explica.

Além do aumento na procura pelo seguro-desemprego, não contabilizado por conta do atendimento defasado, na Agência o número de matrículas no Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego) caiu para zero.

“Dos dois cursos disponíveis para quem solicita o seguro, que são marceneiro e serralheiro, não conseguimos encaixar ninguém no perfil nos meses de agosto e setembro. No ano passado, foram 47 e 39 matrículas respectivamente nos meses de agosto e setembro”, explica Josias.

Os cursos servem como porta de entrada e encaminhamento para novas profissões.

(Com informações de Nathalia Lehnen)