Quedas do Iguaçu – Dando continuidade à Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária, cerca de três mil integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) protestaram, na terça-feira (4), na praça Pedro Alzide Giraldi, em Quedas do Iguaçu, região Centro-Sul do Estado.
A manifestação envolveu as áreas da Araupel, empresa que pela quinta vez teve suas áreas invadidas. Os sem-terra ameaçaram mais uma vez os trabalhos da madeireira no município e disseram que até o fim do ano novos acampamentos serão formados. Além disso, uma faixa com a inscrição a terra é nossa foi deixada em frente à empresa.
A insistência dos sem-terra nessas áreas ocorre principalmente depois de a juíza Lilia Côrtes de Carvalho de Martino, da 1ª Vara Federal de Cascavel, anular a titularidade das terras à Araupel. Depois da decisão, o número de famílias acampadas aumentou significativamente. O que também enche os olhos dos invasores é a possibilidade de extração ilegal da madeira, já denunciada pela diretoria da empresa.
Conforme relatos de moradores, que preferem não ter a identidade revelada, durante a movimentação em frente à Araupel, os sem-terra acusaram a empresa de estar em área pública que deveria ser destinada à reforma agrária.
Eles chamaram a empresa de invasora, de que a terra não era deles e que ficariam ali, informou um morador.
Vandalismo
Enquanto um grupo permanecia na praça, alguns manifestantes seguiram para a sede da Rádio Municipal FM, uma emissora educativa mantida pela prefeitura. Conforme os funcionários, o prédio não chegou a ser invadido, mas foi alvo de pichações. O MST afirma que a emissora divulga apenas notícias relacionadas à Araupel, sem dar espaço aos integrantes do grupo.
A gente está do lado da população, pois ultimamente vivemos em constante ameaça, diz um funcionário.