Cotidiano

Reabertura de mercado renova fôlego no Paraná

Os principais produtos exportados continuam sendo a soja, milho e carne de frango

Curitiba – O fim do embargo das exportações de carne bovina à Arábia Saudita deve recuperar o volume de negociações no País, principalmente pelo Estado do Paraná que perdeu vendas externas pelo fechamento desse mercado durante três anos.

Em 2012, a descoberta da proteína causadora da doença conhecida como mal da vaca loca no Paraná suspendeu a compra da carne brasileira por vários países importadores. Com a intensificação das barreiras sanitárias foram retomadas as exportações aos Estados Unidos, China, África do Sul e Rússia e agora a abertura de mercado para o Oriente Médio traz novas oportunidades.

“Todos esses mercados têm potencial. Os maiores compradores ainda são a Rússia, Hong Kong, Estados Unidos e China, que inclusive pagam um valor diferenciado pelo produto, mas a Arábia Saudita exporta em volume significativo”, comenta o médico veterinário do Deral (Departamento de Economia Rural) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná, Fábio Mezzadri.

De janeiro a outubro de 2014 o Paraná exportou 24.514 toneladas de carne industrializada e in natura o que representou o volume de U$ 92.660 milhões. Neste ano há uma queda de 38%. Foram 17.396 toneladas exportadas totalizando U$ 56.856 milhões.

“As exportações para a Arábia Saudita não terão muito reflexo neste ano, em virtude de todos os trâmites que devem ser seguidos, mas esperamos resultados positivos a partir de 2016”, avalia Mezzadri.

Atualmente há 56 mil produtores que apostam na atividade pecuária no Estado.

A retomada da exportação à Arábia Saudita possibilita a venda a 21 países que ligam os estados árabes. A expectativa do Ministério da Agricultura e do Abastecimento é de que o Brasil aumente em um terço as exportações de carne bovina passando de 1,5 milhão de quilos para dois milhões. 

Crise faz as importações recuarem 12% na região Oeste

O saldo final da balança comercial dos últimos dez meses referente à região Oeste do Paraná foi de US$ 789.664.336. Apesar do resultado positivo, o desempenho das importações só reforça o caos em que o País se encontra diante da crise econômica instaurada desde o início do ano.

Entre os quase 28 municípios analisados pelo Mdic (Ministério do Desenvolvimento Econômico e Comércio Exterior), 15 deles tiveram resultados negativos, principalmente em Quatro Pontes (-99%), Nova Santa Rosa (-94%) e Céu Azul (-82%), o que resultou num recuo de 12% comparado ao mesmo período do ano anterior. De janeiro a outubro último, a região importou US$ 481.915.193 ante os US$ 550.194.858 em 2014. 

No que tange às exportações, o saldo regional também fechou no vermelho, com queda de 4%. Ao todo, US$ US$ 1.271.529 em produtos foram vendidos a outros países. No ano anterior, as exportações ultrapassaram os US$ 1,3 milhão. Os principais produtos exportados continuam sendo a soja, milho e carne de frango.