Curitiba – O aumento do custo de vida, com a alta da inflação, e o crescimento do endividamento estão pressionando as contas das famílias. Com orçamento apertado e muitas vezes atraso nas contas, é preciso estratégia para voltar ao azul, alerta Cláudia Silvano, diretora do Procon-PR (Órgão de Proteção e Defesa do Consumidor).
Essa é uma situação que pode acontecer com qualquer um. Desemprego, inflação e até mesmo uma doença podem provocar problemas para fechar as contas no fim do mês. Mas com disciplina e planejamento é possível driblar o problema, afirma Cláudia.
Antes de tudo, explica ela, é preciso fazer um levantamento das despesas e do rendimento líquido. Nessa planilha deve constar, até mesmo, gastos que muitas vezes passam despercebidos, como o cafezinho da esquina, o pão de queijo ou a revista.
Muitas vezes são nos pequenos gastos que está o descontrole. É preciso ficar atento, orienta.
Se a conta não fecha, a providência é elaborar um plano de corte de gastos e investir, se há contas atrasadas, na renegociação de dívidas. Redução de despesas com lazer, troca de marcas mais caras por mais baratas no supermercado e evitar o desperdício são algumas alternativas. Tão importante quanto elaborar o plano de corte de gastos é manter-se fiel a ele e não relaxar.
Além disso, bancos e comércio têm todo interesse em negociar com clientes inadimplentes e, muitas vezes, é possível conseguir parcelamento e até descontos nas taxas de juros das dívidas.
Mutirões
Os mutirões de negociação são uma boa opção para entrar em acordo com credores. O Procon deve realizar, até o fim do ano, a segunda edição do mutirão online de renegociação de dívidas. A primeira, que ocorreu entre 15 e 31 de maio, reuniu 45 lojistas e bancos e atraiu cerca de 3,5 mil pessoas.
Crédito caro
Um dado preocupante é que os consumidores estão usando com mais frequência, e simultaneamente, as linhas de crédito mais caras, como o cheque especial e o cartão de crédito, para enfrentar a crise que apertou o orçamento das famílias.
Nos últimos 12 meses, cresceu 38,8% o uso do cartão de crédito e 26,3% o do cheque especial, aponta pesquisa feita pela Proteste em agosto. São as duas opções mais caras do mercado. Dados do Banco Central mostram que, em julho, os juros do financiamento do cartão de crédito atingiram 395,4% ao ano, o maior resultado da série histórica iniciada em março de 2011. No cheque especial, os juros subiram para 241,3% ao ano, a maior marca em quase 20 anos.
(Com informações da Agência de Notícias do Paraná)