São Paulo – O mercado financeiro elevou novamente a projeção para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) deste ano, de 9,25% para 9,32%, segundo o boletim Focus, divulgado na segunda-feira (10) pelo Banco Central.
Foi a 17ª elevação seguida na previsão para o indicador que, de acordo com o IBGE, acumula alta de 9,56% em 12 meses encerrados em julho. Para 2016, as cerca de cem instituições que alimentam semanalmente o Focus também elevaram a projeção para o IPCA, de 5,40% para 5,43%.
A previsão para a inflação nos próximos 12 meses, porém, segue tendência de queda e, pela sétima semana consecutiva, foi reduzida – de 5,67% para 5,59%.
O mercado manteve em 14,25% a projeção para a taxa básica de juros, a Selic, deste ano e em 12% para o ano que vem.
Câmbio
Na semana passada, após subir por seis pregões seguidos, o dólar encerrou a sexta-feira se acomodando em um recuo de 0,81% sobre o real, cotado a R$ 3,50.
As projeções do Focus seguem a tendência de elevação do dólar e, para o fim de 2015, o mercado projeta taxa de câmbio em R$ 3,40 – acima dos R$ 3,35 previstos na semana anterior. Para 2016, os analistas também ajustaram para cima a projeção, de R$ 3,49 para R$ 3,50.
O dólar mais caro deve favorecer as exportações e levou o mercado a aumentar a projeção para o saldo positivo da balança comercial de US$ 6,40 bilhões para US$ 7,70 bilhões em 2015. Para o ano que vem, o superávit estimado também subiu de US$ 14,79 bilhões para US$ 15 bilhões.
PIB
Embora algumas instituições já projetem queda de até 1% para o PIB no ano que vem, a mediana do mercado recuou e passou a projetar estabilidade da economia em 2016. De acordo com o boletim Focus, os analistas baixaram para zero a previsão, após estimar alta de 0,2% por duas semanas para a economia no próximo ano.
A expectativa quanto ao PIB deste ano também piorou, passando de queda de 1,80% para recuo de 1,97%, a quarta revisão seguida. A deterioração das projeções segue a do cenário político que joga mais incerteza sobre a capacidade do governo de controlar as contas e contornar a crise.
Para a indústria, a retração prevista pelo Focus também piorou de 5% – patamar em que foi mantida por três semanas – para 5,21%. Ao olhar para 2016, os economistas também reduziram a projeção para o setor de alta de 1,30% para 1,15%.