Cascavel – Após 14 dias suspensas, as cirurgias eletivas serão retomadas a partir de hoje no HU (Hospital Universitário) de Cascavel. A informação foi repassada por funcionários do hospital, que confirmaram o internamento dos pacientes agendados ainda na tarde de ontem para que os procedimentos sejam realizados hoje.
As cirurgias estavam suspensas desde 28 de junho, quando os médicos terceirizados que atuam no HU – há quatro meses sem receber salários – interromperam parcialmente os atendimentos. Apenas casos de urgência e emergência, obstetrícia e casos graves clicados na Regulação do Samu estavam sendo atendidos.
Outra servidora afirmou à reportagem do Jornal O Paraná que na noite de quarta-feira (10) as alas do hospital continuavam às moscas.
A Unioeste afirma que os pagamentos foram realizados e que a situação no hospital está se normalizando.
Terceirizados
A reportagem também consultou outros funcionários do HU terceirizados e eles disseram que em junho o pagamento do salário ocorreu dentro do prazo e que esperam que neste mês ocorra da mesma forma.
Já os médicos acabam de receber o salário referente a abril. A partir do dia 15 de julho devem receber o valor referente a maio, que totaliza cerca de R$ 1,6 milhão e, de acordo com o diretor-geral do HU, Edison Luiz Leismann, depende de nova liberação de mais de R$ 5 milhões da Drem (Desvinculação de Receitas de Estados e Municípios) que, pela Emenda Constitucional 93/2016, determina que 30% das receitas sejam retidas.
Falta de materiais
Outra questão que depende dessa nova liberação é a falta constante de materiais e medicamentos no HU. Funcionários contam que falta desde fraldas até gaze e toucas higiênicas. Em entrevista ao Jornal O Paraná, o diretor clínico do hospital, Sérgio Luiz Bader, desabafou sobre a falta de antibióticos e anestésicos, que são emprestados de outros hospitais. Para esse caso ainda não há previsão de data para abertura de licitação.
Planejamento
Questionado sobre a situação do Hospital Universitário, o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, informou que a solução encontrada foi descontingenciar a Drem, mas ele reiterou a necessidade de um planejamento mais rigoroso nas despesas do HU.
Concurso
Já sobre o fim dos contratos terceirizados com os médicos em agosto, a Unioeste afirma que o reitor Paulo Sérgio Wolf continua em Curitiba tratando da situação.
Reportagem: Cláudia Neis