Cascavel – A terça-feira (3) começou com o prefeito de Cascavel, Leonaldo Paranhos deixando o gabinete para ir até o pátio de máquinas da Prefeitura para resolver, pessoalmente, problemas de gestão de frotas das ambulâncias do Município. A situação veio a público após muitas reclamações que levaram um grupo de vereadores a se reunir com o secretário de Saúde, Miroslau Bailak. Na reunião na tarde de segunda-feira (2), eles foram informados que das 19 ambulâncias do município, 13 estavam paradas, nove delas por condições precárias dos pneus.
Os parlamentares relataram que têm recebido reclamações, diariamente, de pacientes que precisam dos serviços das ambulâncias e não são atendidos. Para o presidente da Comissão de Saúde da Câmara, Edson Souza, o encontro foi importante para buscar respostas e dar retorno à população. “Fomos pedir ao secretário um resultado imediato, pois as pessoas estão nos hospitais aguardando as transferências e não estão conseguindo, em virtude da falta de pneus e outros problemas. Ele nos disse que, das 19 ambulâncias, 13 estão paradas e nos pediu calma, mas não dá para ter calma. Enquanto estávamos na reunião, chegou informação de um pai que estava aguardando o transporte para o filho dele para uma consulta em Curitiba e o menino é um transplantado de coração. Algo que, se não tiver um acompanhamento, pode ter reflexo para o resto da vida”.
“Paranhos em ação”
Apesar do secretário Miroslau pedir “calma” aos vereadores e culpar os problemas na licitação dos pneus pela paralisação do transporte de pacientes, o prefeito Leonaldo Paranhos foi pessoalmente ao parque de máquinas para conferir a real situação. A fiscalização pode ser acompanhada em live nas redes sociais do prefeito. Paranhos confirmou atraso na licitação para a aquisição de pneus, porém, inconformado, afirmou que a situação poderia ser facilmente resolvida.
“Levantei hoje com a notícia que nós estávamos com as nossas ambulâncias paradas e de fato estavam paradas. A alegação é que nós estávamos sem pneus, o que me chamou a atenção, porque não é possível que sete, nove ou dez ambulâncias possam, ao mesmo tempo, ficar sem pneus. Mas, evidentemente, a gente tem que admitir as coisas, eu até admito. Mas não vou admitir que não tenha solução.”
E continuou: “Não é possível que nós temos aí, oito ambulâncias que estão todas com problemas e se tivessem todas com problemas; será que todos os 40 pneus estavam sem condições de uso ou uma viatura tinha um pneu e outra tinha outro? Porque se for assim, o que você faz na emergência? Você pega aquela que tem condições e transfere o pneu. Outra coisa, além dessas com problemas de pneus, nós temos outras que estão batidas, temos outras que estão com problema de motor que demora de 60 a 90 dias para consertar. Então por que não tirar os pneus daquelas que estão paradas e que vão ficar mais tempo e colocar naquelas que tem apenas o problema de pneus? Então esse tipo de coisa é que não da para admitir”, cobrou Paranhos.
Para resolver a situação, o prefeito solicitou o remanejamento de pneus das ambulâncias com problemas mecânicos e de outros veículos inservíveis para que pudessem ser utilizados. “Temos que buscar soluções para as coisas. Então reuni todas as ambulâncias que estão com problemas e estamos fazendo remanejamento. Para ter uma ideia, tinha uma ambulância lá que tinha três pneus bons e um careca e o estepe bom, então coloca o estepe para rodar.”
Receita federal
O prefeito ainda salientou que o problema não é financeiro. “Quando me disseram que teve o problema da licitação, liguei para o Dr. Felisberto, que é o delegado da Receita Federal. Ele me pediu um ofício e até na sexta-feira já vai liberar pneus apreendidos. Dá para resolver as coisas. Muitas vezes o problema não é financeiro, muitas vezes o problema é a falta da vontade de resolver o problema.”
Problema é falta de gerenciamento
“O que falta no Poder Público, muitas vezes é solução, é buscar alternativas. É muito mais fácil falar ‘para tudo’. […] O que falta é vontade, é as pessoas revolverem o problema. Volto a dizer: É mais fácil dizer que não dá. É mais fácil dizer que tem que parar. Não tem que parar, tem que buscar soluções”, asseverou.
Durante a live, bastante indignado, Paranhos chegou a pedir desculpas pela irritação. “Desculpe a indignação. Mas acordei com essa notícia, o negócio das ambulâncias e não quis acreditar. E está provado aqui que faltou gerenciamento; fazer com que a nossa criatividade e até a nossa indignação possa ser aflorada para a gente resolver as coisas (sic)”. E completou: “É isso aí gente! Queria mostrar pra vocês que as crises, elas são, muitas vezes, movimentadas por nós mesmos. Quando a gente não quer buscar solução é muito mais fácil a gente dizer não. […] Dá para resolver é só ter vontade”.
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