Cascavel – Na semana em que foi celebrado o Dia Internacional do Orgulho Gay, celebrado no dia 28 de junho, Cascavel registra um baixíssimo número de casamentos homoafetivos. Dos 4.314 casamentos registrados desde 2013 nos dois cartórios que realizam o registro civil, 11 são entre pessoas do mesmo sexo.
A lei que oficializa o casamento homoafetivo entrou em vigor em todo o Brasil no ano de 2013 e desde então nenhum cartório pode se recusar a realizar a união. A baixa procura surpreende os próprios cartórios.
Muitas pessoas ligam para pedir informação e saber como funciona, mas não vêm até aqui. Acredito que muitos casais tenham medo de se expor, comenta a auxiliar de cartório Mayara Diniz.
Casada há seis anos, a técnica em informática Juliana Carneiro Edoardo explica que ainda não oficializou a união com sua esposa, que prefere não ter o nome divulgado, devido à profissão.
Como ela é professora e trabalha com crianças, preferimos não fazer o casamento no registro civil, explica Juliana.
Juliana acredita que acima da resistência das famílias, o preconceito da sociedade é o principal motivo que mantêm os casais longe dos cartórios.
É necessário que haja uma exposição boa e que as pessoas compreendam que um casal homoafetivo também pode constituir família, e que isto é normal e está presente em todo lugar.
Cleiton Santos, que namora há cerca de um ano conta que sente na pele a dificuldade.
Minha família respeita, mas não permite que meu namorado frequente a minha casa. Ao contrário da família dele, onde sou sempre muito bem recebido, diz.
Ele admite que optar por morar junto sem oficializar o casamento no cartório é uma maneira de evitar o preconceito.
Cascavel ainda é uma cidade muito tradicionalista. Além disso, os casais que não contam com o apoio da família tentam evitar certos transtornos ou constrangimentos e deixam de realizar a oficialização.
(Com informações de Nathalia Lehnen)