Foz do Iguaçu – A greve dos servidores públicos federais, que entre os técnicos das instituições de ensino superior já dura quase 80 dias, pode encerrar nesta semana. Isso porque o governo federal vai apresentar até sexta-feira (21) uma nova proposta que contemple as reivindicações dos grevistas e traga melhores índices de reajuste salarial do que os 21% oferecidos há alguns dias.
Conforme o técnico da Unila (Universidade Nacional de Integração Latino-americana), Ivonei Gomes, apesar da possibilidade de a União atender parte da pauta nacional dos servidores, ainda há dúvidas em relação aos problemas locais, indicados nos campi da Unila, UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná), IFPR (Instituto Federal do Paraná) e UFPR (Universidade Federal do Paraná) da região Oeste.
O governo federal adotou uma medida de protelação das negociações. É possível que essa semana haja uma proposta melhor do que a oferecida anteriormente, mas sem beneficiar questões específicas de cada região, relata Gomes.
Uma das principais reivindicações dos técnicos da Unila, em Foz, e que também é exigida pela maioria dos servidores, está relacionada à paridade, aumentando a participação de acadêmicos e técnicos na formação dos conselhos universitários, que hoje é composto por 70% de docentes e o restante é dividido entre as demais categorias da instituição.
A redução da jornada de trabalho de 40 para 30 horas semanais também faz parte da pauta de reivindicação dos servidores públicos das universidades e institutos federais.
Queremos mais flexibilização no horário de trabalho, ressalta Gomes.
Segundo o Sinditest-PR (Sindicato dos Trabalhadores em Educação das Instituições Federais de Ensino Superior no Estado do Paraná), a nova proposta da União será debatida pelos servidores em assembleia, onde será discutida a possibilidade de retorno das atividades. O Sindicato que representa os servidores técnicos afirma ainda que somente o campus da UTFPR de Santa Helena não aderiu ao movimento.
Docentes também pararam
Além dos servidores técnicos, os docentes da UFPR de Curitiba e Palotina e do IFPR de 16 dos 20 campi espalhados pelo Paraná também estão de braços cruzados. No Instituto Federal, só mantiveram as atividades os professores de Cascavel, Pinhais, União da Vitória, Londrina e Pitanga, além dos campus avançados (que funcionam como extensão de unidades maiores) de Astorga, Barracão, Capanema e Quedas do Iguaçu.
A decisão em apoiar o estado de greve dos demais servidores ocorreu na semana passada, principalmente depois de a União não apresentar novos investimentos às instituições de ensino, e ainda não ter incluído no orçamento para 2016 que pode ser fechado em 21 de agosto verbas suficientes para melhorar a infraestrutura dos campi.
(Com informações de Marina Kessler)