Quedas do Iguaçu – O Departamento Jurídico da Araupel rebateu na terça-feira (27), em reportagem exibida pela TV Tarobá, declaração do secretário especial de Assuntos Fundiários, Hamilton Serighelli, de que a decisão sobre as reintegrações de áreas da Araupel agora são de responsabilidade do governo federal.
Na terça, pelo segundo dia, um grande número de funcionários da empresa, familiares e transportadores autônomos de madeira bruta seguiram mobilizados pedindo o cumprimento de reintegrações de posse já autorizadas pela Justiça.
O advogado da Araupel, Leandro Salomão, afirmou que não existe nenhum impedimento ao governo estadual de cumprir ordem judicial e retirar os invasores de áreas da empresa.
Estão usando de todos os artifícios possíveis para terceirizar a questão e para tornar o processo lento para consolidar as invasões feitas pelo MST. As reintegrações foram autorizadas pela Justiça no mesmo dia das invasões pelos sem-terra, em julho de 2014 e julho de 2015.
Enquanto não há uma solução, a indústria segue impedida de extrair madeira e grande parte dos funcionários está de braços cruzados. Os bloqueios aos locais de corte são mantidos por sem-terra, que estariam fortemente armados.
Na terça-feira, três trechos da PR-473 foram fechados pelos trabalhadores, que têm medo de perder seus empregos. Há o risco de 200 demissões, por parte da Araupel, já para os próximos dias.
Sem trabalhar e produzir, a empresa não consegue manter mais de mil operários sem ter o que fazer, dizia um líder local.
Os cortes atingiriam o pessoal que atua na retirada de madeira, poda e plantio de mudas.
Negociação
O prefeito de Quedas do Iguaçu, Edson Prado, estaria tentando com o governador Beto Richa e o secretário de Segurança, Wagner Mesquita, liberar equipamentos de corte que foram sequestrados pelo MST desde o início do mês. As invasões a áreas da empresa ocorrem há 19 anos. Mais de 50 mil dos 80 mil hectares já foram destinados à reforma agrária.
A Araupel dá emprego e é responsável por boa parte do dinheiro que circula na economia de Quedas e municípios vizinhos. O protesto da comunidade segue hoje com o fechamento do comércio durante todo o dia.