Curitiba – Cerca de 300 empresários e funcionários dos mais diversos setores econômicos de Quedas do Iguaçu, inclusive da Araupel, estiveram em Curitiba, na terça-feira (21), para protestar quanto à morosidade no cumprimento de ações de reintegração de posse já autorizadas pela Justiça.
Diante de um cenário que só piora, os mais de mil funcionários que a empresa ainda mantém temem perder o emprego e a renda. Por conta da situação, o comércio fez mais de 120 demissões nos últimos dias. E quem perde o emprego tem optado em deixar a cidade. Com faixas e cartazes, eles fizeram protestos em frente ao Incra e defenderam novo modelo de reforma agrária, sem invasões, depredações e violência.
Um dos funcionários que participaram da ação, e que por questão de segurança não revelou o nome, afirma que o clima é de enorme tensão.
A pressão que estamos sofrendo é tremenda. A gente não sabe se amanhã terá emprego e dinheiro para sustentar a família. Diante de tanta omissão, é difícil seguir acreditando nas instituições que deveriam garantir a proteção e os direitos de quem trabalha, paga impostos e se sente abandonado.
Algumas das frases estampadas em faixas dão ideia do tamanho do problema que os funcionários, ao lado dos moradores, enfrentam:
Emprego gera renda e fomenta a economia das cidades; Quedas do Iguaçu somos nós. Basta de invasões.
Representantes da comitiva de Quedas foram recebidos pelo secretário da Casa Civil, Eduardo Sciarra. Ele ouviu relatos e afirmou que o Estado, diante das decisões favoráveis à reintegração, vai cumpri-las. Entretanto, afirmou, a operação demanda tempo e organização, por isso não há prazo de quando elas efetivamente ocorrerão. Funcionários, comerciantes e líderes conseguiram o compromisso de, no máximo até 4 de setembro, serem recebidos em audiência pelo governador Beto Richa.
R$ 15 milhões
De 17 de julho do ano passado até agora, a soma dos prejuízos provocados pelo MST ultrapassa a casa dos R$ 15 milhões. A quarta invasão ocorreu entre Quedas e Rio Bonito e a quinta, em 6 de julho último, em área de cerca de nove mil hectares em Quedas.
As duas já têm mandados de reintegração. Inicialmente, parte das cerca de 300 pessoas que foram a Curitiba permaneceriam na capital até que o Estado decidisse pela reintegração. Diante da audiência até 4 de setembro, retornam a Quedas e então seguirão novamente à capital na véspera.