Cascavel – Apesar da quantidade de aparelhos modernos de televisores que oferecem uma centena de funções como acesso à internet entre outros, a maioria dos brasileiros ainda possui em casa a famosa televisão de tubo, que não recebe, sozinha, o sinal digital.
É o caso da dona de casa Gilmara da Silva que ainda assiste a programação aberta em um desses aparelhos de 29 polegadas.
Temos um televisor na sala e não tenho planos de trocar. Ainda acho muito caro o valor cobrado pelos outros aparelhos, revela.
A vendedora Luciana Brazi também tem em casa aquele modelo mais robusto e antigo. Segundo ela, o aparelho está em bom estado e não vê motivos para deixá-lo de lado.
Consigo assistir muito bem as novelas e os telejornais, ainda não vi motivos para desfazer do meu televisor. Só vou trocar quando não funcionar mais, conta.
Mas o que muitos não sabem é que o sinal analógico está com os dias contados. A previsão é de que em 2017 ele seja desligado de forma gradativa. A Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão) aponta que 55% dos domicílios já têm condições de receber o outro sinal, o digital. No Paraná dos 399 municípios, apenas 40 têm acesso completo à nova tecnologia, Cascavel é uma delas.
No Brasil, de acordo com pesquisas feitas em 2013, 63,3 milhões de domicílios ainda têm as TVs de tubo. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística) aponta que 58% das casas possuem um aparelho de TV e para 25,9 milhões de domicílios, o aparelho antigo ainda é a única opção.
No Paraná, 47% da população não têm conhecimento que o sinal analógico será desligado e em Cascavel, boa parte dos ouvidos por O Paraná também não sabem. A previsão é de que Curitiba e 12 cidades da região metropolitana sejam as primeiras do cronograma a partir de junho de 2017. Nas demais a previsão do desligamento será em novembro de 2018.
Mas uma portaria publicada pelo Ministério das Comunicações explica que o sinal analógico só poderá ser desligado se 93% das residências tiverem acesso ao sinal digital.
Sintonizar o sinal
Muitos não sabem, mas nem todos os aparelhos mais modernos de LCD, LED ou plasma já vêm com conversor interno para ter acesso ao sinal digital. Por isso, as vendas de conversores tem tido bastante procura em Cascavel.
Vendemos uma média de 30 conversores por mês e os valores variam de R$ 150 a R$ 190. A procura é grande, pois percebemos que a maioria das pessoas não quer desfazer dos televisores. Sem contar que a durabilidade dos aparelhos mais antigos é maior que as mais modernas, frisa a vendedora Patrícia Brasil.
O educador Amauri Fagundes não pensou duas vezes e preferiu investir nos modelos de última geração.
Doamos dois aparelhos antigos e investimos em um televisor de 42 polegadas e em outro de 32. Já que teria que mudar, preferi trocar o formato da telinha também, afirma.
(Com informações de Eliane Alexandrino)