Cotidiano

Itaipu vai fechar 2023 com produção de mais de 82 milhões de MWh, a melhor dos últimos 5 anos

Mais de duas mil pessoas, entre turistas e moradores de Foz do Iguaçu (PR), visitaram a usina de Itaipu na manhã deste sábado (14) para ver o espetáculo das águas produzido pela abertura do vertedouro da Itaipu, que não operava desde outubro de 2021. O Complexo Turístico Itaipu chegou a fazer uma operação especial com um ônibus exclusivo saindo do Centro de Recepção dos Visitantes direto para o Mirante do Vertedouro.

Com a abertura mínima das comportas da calha esquerda estão sendo vertidas 1.400 m³ de água por segundo, o equivalente à vazão média das Cataratas do Iguaçu. A operação iniciou às 6h e a previsão é que o vertedouro opere pelos próximos dez dias.
Mais de duas mil pessoas, entre turistas e moradores de Foz do Iguaçu (PR), visitaram a usina de Itaipu na manhã deste sábado (14) para ver o espetáculo das águas produzido pela abertura do vertedouro da Itaipu, que não operava desde outubro de 2021. O Complexo Turístico Itaipu chegou a fazer uma operação especial com um ônibus exclusivo saindo do Centro de Recepção dos Visitantes direto para o Mirante do Vertedouro. Com a abertura mínima das comportas da calha esquerda estão sendo vertidas 1.400 m³ de água por segundo, o equivalente à vazão média das Cataratas do Iguaçu. A operação iniciou às 6h e a previsão é que o vertedouro opere pelos próximos dez dias.

Foz do Iguaçu – Em 2023, a usina hidrelétrica de Itaipu deve ter uma geração superior a 82 milhões de megawatts-hora (MWh), representando a maior produção dos últimos cinco anos e um aumento de 18% em relação a 2022. A maior geração diária em diversos momentos do ano garantiu este incremento no volume gerado. No dia 18 de dezembro, Itaipu registrou a produção de 320,95 mil MWh, a maior desde 3 de fevereiro de 2021.
De acordo com o diretor técnico, Renato Sacramento, o desempenho de Itaipu em 2023 reforça mais uma vez a importância da usina para garantir a segurança e estabilidade dos sistemas elétricos brasileiro e paraguaio. Em 2024, segundo ele, a expectativa é de se manter o ritmo de produção de 2023, com boa oferta de água em Itaipu.
“A usina seguirá atendendo as necessidades dos sistemas interligados, não só fornecendo energia limpa e renovável aos dois países sócios do empreendimento, mas também contribuindo como uma espécie de ‘bombeiro’ do sistema, atuando para compensar a variabilidade na geração das fontes renováveis de energia, como a solar e a eólica”, complementa.

Hidrologia favorável
Os 82 milhões de MWh produzidos por Itaipu este ano seriam suficientes, por exemplo, para abastecer o mundo por cerca de um dia; ou o Brasil, por um mês e 19 dias; ou o Paraguai, por quatro anos, um mês e 24 dias; ou o Estado do Paraná, por dois anos, quatro meses e dois dias.
Nos últimos anos, a precipitação nas principais bacias hidrográficas formadoras do Rio Paraná apresentou valores significativamente abaixo da média histórica. Essa condição resultou nas piores vazões afluentes aos principais reservatórios do SIN-BR (Sistema Interligado Brasileiro) entre dezembro de 2020 e novembro de 2021. Após esse ciclo hidrológico desfavorável, os períodos úmidos de 2021-2022 e 2022-2023 aproximaram-se da média histórica, promovendo uma forte recuperação no nível dos reservatórios do SIN-BR, com registros de recordes de armazenamento entre julho e setembro de 2023.
A maior geração em 2023 também se deve ao impacto das chuvas na bacia incremental da usina de Itaipu, que elevou substancialmente os recursos disponíveis em vários momentos de 2023, inclusive com ocorrência de vertimentos (escoamento do excedente de água não usada para a geração de energia elétrica). Nesses momentos, a usina adotou estratégias para contribuir com o controle de cheias, visando minimizar impactos nas comunidades ribeirinhas a jusante (abaixo) da usina, atenuando picos e garantindo a previsibilidade das ações de apoio.
Só na última cheia, registrada entre outubro e novembro deste ano, as medidas de controle adotadas por Itaipu evitaram a inundação de mais de cem casas em bairros a jusante da barragem da Itaipu, no lado paraguaio.

Recordes e mercados
Além da disponibilidade de água, o aumento na geração está associado a uma maior demanda dos sistemas. Em 2023, foram estabelecidos novos recordes de demanda média diária e instantânea no SIN-BR, ultrapassando pela primeira vez a marca dos 100 mil MW.
O Sistema Elétrico Paraguaio (SIN-PY) também estabeleceu novos recordes, sendo o intercâmbio anual de Itaipu com a ANDE o maior valor já registrado.
No ano, Itaipu será responsável por aproximadamente 88% do atendimento do mercado paraguaio de eletricidade e 10% da demanda brasileira.
Esses números só são possíveis graças também a um criterioso processo de manutenção que garante a elevada confiabilidade e disponibilidade dos ativos necessários à produção de energia. Em relação à disponibilidade de unidades geradoras e linhas de transmissão, o desempenho de Itaipu está próximo ou até superior ao observado nos anos anteriores.

Carga e produção
Devido à expansão das usinas eólicas e solares, também é possível observar uma mudança no perfil de carga do SIN-BR, com grandes rampas no final da tarde. Em muitos dias, Itaipu contribuiu com cerca de 30% do atendimento a essas rampas, além de auxiliar nos momentos de variação dessas outras fontes.
Em 2022, a Itaipu produziu 69,9 milhões MWh. Já em 2021, 66,4 milhões MWh. Em 2020, 76,4 milhões MWh. No ano de 2019, a produção atingiu 79,5 milhões MWh. Em 2016, Itaipu estabeleceu sua melhor marca anual, com 103,1 milhões MWh.

Tarifa mais baixa

Na negociação com o sócio paraguaio para a definição da tarifa de 2023, chamado Cuse (Custo Unitário dos Serviços de Eletricidade), a atual gestão conseguiu derrubar o valor de US$ 20,75 kW para US$ 16,71 kW. Considerando a tarifa praticada de 2009 a 2021, de US$ 22,60 kW, a redução foi de 26%. A tarifa de Itaipu, hoje, é a menor em 20 anos.
E deverá continuar sendo. No último dia 19, a Anmell (Agência Nacional de Energia Elétrica) estabeleceu que a tarifa de repasse provisória de Itaipu (aquela que é paga pelas distribuidoras cotistas para aquisição da energia), exercício 2024, terá uma redução de 12,69% em relação ao ano anterior. Portanto, deverá ser a menor tarifa do Brasil, na comparação com a média dos leilões da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
Para o diretor-geral brasileiro, a boa relação com o Paraguai abre ótimas perspectivas para 2024, quando a empresa completa 50 anos e os ministérios de Relações Exteriores dos dois países irão revisar o Anexo C do Tratado de Itaipu, que trata das bases financeiras e de prestação de serviços de eletricidade da usina. “Vamos seguir trabalhando em harmonia, sempre em atenção à nossa missão institucional, que é produzir energia elétrica de qualidade, a preço justo, com responsabilidade social e ambiental”, conclui Enio Verri.