Cotidiano

Itaipu leva Meninos do Lago para piscinas de centros de convivência de Foz do Iguaçu

Nova fase do projeto vai permitir a ampliação do número de vagas de 100 para 600. Interessados podem retirar ficha de inscrição a partir de segunda (11).

Itaipu leva Meninos do Lago para piscinas de centros de convivência de Foz do Iguaçu

O projeto Meninos do Lago vai levar aulas de canoagem para as piscinas de quatro centros de convivência de Foz do Iguaçu, nas vilas Itaipu C, Morumbi, Lagoa Dourada e Jardim das Flores. Cada centro terá capacidade para atender até 110 alunos, de 5 a 16 anos de idade, alunos de escolas públicas da cidade. Hoje, as aulas ocorrem somente no Canal Itaipu, dentro da usina hidrelétrica.

Outra mudança é o aumento do número de vagas, que vai passar de 100 para 600 alunos. As fichas de inscrição poderão ser retiradas a partir de segunda-feira (11), nos próprios centros de convivência, das 9h às 11h e das 14h às 17h. As inscrições serão abertas no dia 1º de abril.

Aos interessados ou responsáveis legais será obrigatório fornecer os seguintes documentos: ficha de inscrição preenchida, autorização médica para a prática desportiva, RG e CPF do atleta e responsável legal, comprovante de endereço, cópia do cartão SUS, foto 3×4, boletim escolar de 2018 e cópia da matrícula do ano letivo de 2019.

As aulas estão previstas para começar também em abril. No Canal Itaipu, os alunos que já estão no projeto começam os treinos mais cedo, na próxima segunda-feira (11).

O projeto é desenvolvido pelo Instituto Meninos do Lago (Imel) e tem o apoio da Itaipu Binacional, por meio do Programa de Proteção à Criança e ao Adolescente (PPCA), da Federação Paranaense de Canoagem e da prefeitura de Foz do Iguaçu.

O gerente da Divisão de Iniciativas de Responsabilidade Social da Itaipu, Márcio Bortolini, disse que ampliação do Meninos do Lago vai permitir que jovens de todas as regiões da cidade tenham a oportunidade de participar do projeto. Atualmente, essa participação é limitada aos alunos que moram próximos à usina.

Bortolini acrescentou que o número de participantes ainda pode aumentar, com a inclusão de alunos da rede municipal de ensino. Também há estudo para estender as aulas para o Centro da Juventude, na Vila Naipi.

Capacitação

Os professores que vão atuar no projeto em 2019 receberam uma capacitação de 18 a 22 de fevereiro, com foco na fase de inicialização do esporte (primeiro nível ou faixa branca), exatamente a atividade que será desenvolvida nas piscinas dos centros de convivência. A partir do segundo nível (faixa amarela), as aulas passam para o Canal Itaipu.

Todo o conteúdo programático foi elaborado com base nas recomendações da Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa), também responsável pela capacitação. Os professores receberam aulas práticas e teóricas. O Corpo de Bombeiros de Itaipu contribuiu com aulas de salvamento na água e primeiros-socorros, entre outras atividades.

Nas piscinas, as crianças vão aprender a modalidade caiaque polo – que é uma espécie de futebol dentro da água. A canoagem slalom será apresentada somente na segunda fase (faixa amarela), no Canal Itaipu. Marcio Bortolini salientou que começar na piscina não prejudica o aprendizado. “Hoje, o aluno faixa branca também não desce o canal”, explicou.

Ainda segundo ele, as piscinas vão permitir uma seleção mais apurada dos alunos que seguirão no esporte. “A rotatividade [no projeto] é muito grande, principalmente entre os mais jovens. Às vezes, a criança começa e não continua – e isso é muito comum nesta idade. Por isso, vamos levar para o Canal Itaipu apenas crianças que já passaram pela faixa branca e se identificaram com a canoagem”, comentou. “Para o jovem que realmente gosta do esporte, o auge vai ser treinar no canal.”

O número de professores também foi ampliado. Eram quatro, agora são nove. E alguns têm origem no próprio projeto, como é o caso de Wallan Patrick de Carvalho. “Comecei [no Meninos do Lago] com 11 anos de idade e, com três anos de projeto, estava na seleção brasileira de canoagem. Participei de vários torneios nacionais e internacionais”, disse Wallan, hoje com 22 anos e graduando de Educação Física.

Segundo ele, a capacitação dos professores é importante mesmo para quem tem vivência na modalidade. “Muitos fundamentos mudam, são aprimorados, e é preciso padronizar [o ensino]. O professor tem que aprender o fundamento correto para ensinar os alunos corretamente.”

Para o professor Angel Sanchez, “as condições de aprendizagem em Foz do Iguaçu são incomparáveis, pois dificilmente encontraremos em qualquer outra cidade do Brasil ou do mundo oito piscinas à disposição e um canal artificial de nível internacional”.

Paradesporto

Outro foco do Meninos do Lago, dentro desta nova fase do projeto, será estimular adultos com deficiência a praticar esporte. Foram abertas 14 vagas para esta modalidade e as atividades vão ocorrer no Parque da Piracema (lago superior), na usina de Itaipu. “Vamos trabalhar junto com o Imel. No futuro, a intenção é abrir o projeto também para as crianças [com deficiência], promovendo a inclusão pelo esporte”, disse o fisioterapeuta Luiz Augusto Mazine, formado em classificação funcional de paracanoagem pela Unicamp.

Guto Mazine, como é conhecido, disse que as maiores dificuldades de quem trabalha na área paradesportiva são conseguir apoio para desenvolver projetos e, por consequência, dar oportunidade aos deficientes. “Aqui nós estamos somando as duas coisas. Acho que isso não existe no Brasil e fará com que se abra em Foz do Iguaçu um novo campo”, afirmou.

“Inclusão não é só construir uma rampa ou instalar uma barra. Inclusão é tirar a pessoa de casa e mostrar que ela pode exercer uma função, seja no esporte ou no trabalho”, concluiu.

Os interessados na modalidade deverão agendar um exame de classificação funcional com o próprio Guto Mazine, pelo telefone (45) 9 9929-7476.