Cotidiano

Extrema pobreza afeta quase 17 mil pessoas em Cascavel

Extrema pobreza afeta quase  17 mil pessoas em Cascavel

 

Cascavel – Dados divulgados pela a Seaso (Secretaria de Assistência Social) aponta um elevado número de pessoas vivendo com muito pouco. Existem atualmente no Município 16.903 pessoas vivendo em extrema pobreza e 10.838 na pobreza. Pessoas que se enquadram na situação de baixa renda eram 47.845, número que reduziu para 36.255. Estes dois públicos são os que mais existem políticas sociais por parte dos governos.

De acordo com o secretário municipal de Assistência Social, Hudson Moreschi Júnior, as pessoas que se enquadram em extrema pobreza são aquelas com renda de até R$ 105 por mês. Em condição de pobreza, renda de R$ 105,01 até R$ 210,00 e baixa renda a faixa é de R$ 210,01 até R$ 606,00. “Esses são os públicos que direcionamos as nossas ações e que grande parte está incluído no bolsa família”, disse.

Segundo Moreschi, atualmente existem 12.405 famílias que recebem em média R$ 698,40 por mês em Cascavel, um total de R$ 8,6 milhões ao mês. Por outro lado, existe uma grande quantidade de vagas em aberto no mercado de trabalho e o “desinteresse” destas pessoas e, por isso, a Seaso pretende criar um comitê que pode ser intermunicipal, para debater o problema e definir ações e forma de enfrentamento do problema.

Para Moreschi, muitas destas pessoas que têm os benefícios acabam trabalhando apenas no mercado informal e isso vai acarretar problemas ao longo prazo, visto que a pessoa está fora da proteção social e a princípio hoje pode ser vantajoso, mas futuramente é uma tragédia anunciada. “Vamos montar um comitê para traçar ações e incentivar que essas pessoas migrem para a formalidade, explicando todos os benefícios”, disse.

Ele lembrou que apenas na Agência do Trabalhador existem em média pelo menos 800 vagas de trabalho em aberto e com salários iniciais na faixa de R$ 2 a R$ 3 mil. “Temos muita vaga e pouca gente para trabalhar, isso que oferecemos as vagas dentros dos CRAS, para facilitar o acesso, mas queremos traçar outras ações”, salientou.

Ele disse ainda que no ano passado, 97.340 pessoas foram atendidas pela Seaso e isso representa 28% da população de Cascavel. O número de pessoas atendidas com renda acima de meio salário mínimo subiu de 33.592 para 57.271, o que comprova que muitas famílias deixaram a pobreza e conseguiram melhorar sua vida. A Seaso saiu de um orçamento de R$ 35 milhões em 2016 para R$ 75 milhões no ano passado.

 

Moradores de rua

Outro desafio enfrentado pela a Seaso é relacionada ao crescimento da quantidade de moradores de rua pela cidade. Por isso, a Seaso continua intensificando a Operação RG, que envolve as secretarias de Segurança e Assistência Social, com apoio do Instituto de Identificação do Paraná. As pessoas em situação de rua que aceitam ajuda são encaminhadas para acolhimento e os que estão nas ruas para práticas de crime são conduzidos para as medidas legais.

“Este é um grande desafio, já que temos um grande número de pessoas nas ruas e as pessoas continuam dando dinheiro esmola, ao invés de solicitar atendimento. Vamos continuar com a operação que tem dado bom resultado, para não agravar ainda mais, mas temos que lembrar que grande parte das pessoas tem problema de saúde mental, problemas com álcool e droga”, falou ele. No ano passado, a Seaso identificou um total de 3.499 pessoas vivendo neste tipo de situação, sendo destas, 899 estrangeiros.