Cotidiano

Ex-administrador encontrou na sapataria uma nova vida

Além de consertar calçados, Aldemir aprendeu a confeccionar acessórios

Cascavel – Já pensou em sair de casa sem calçado ou deixar de usar aquela sandália no casamento da sua melhor amiga? Alguns podem não dar muita importância, mas a profissão do sapateiro tem forte influência sobre a vida de todos.

A arte de fabricar calçados surgiu da necessidade em proteger os pés do frio ou dos solos quentes. Com tanta tecnologia, apareceram então as grandes fábricas e hoje oferecem milhares de modelos femininos, masculinos e infantis.

Domingo, 25 de outubro, foi comemorado o Dia do Sapateiro e O Paraná homenageia todos os profissionais contando a história de vida de Aldemir Brunetto. Em setembro de 1988 o ex-administrador sofreu um acidente de carro na BR-467, entre Cascavel e Toledo, quando a rodovia ainda não era duplicada. Aldemir era passageiro e o carro capotou várias vezes, causando-lhe a fratura da 5ª vértebra da coluna.

“Minha vida mudou completamente a partir daquele dia. Aprendi a viver novamente, mas sobre duas rodas. E para não ficar sem fazer nada, foi na sapataria que busquei fonte de vida, além de profissão virou uma terapia”, afirma.

Há 27 anos na cadeira de rodas, além de consertar calçados ele aprendeu a confeccionar cintos, mochilas, acessórios para carpintaria e eletricistas.

“Com a crise muita gente deixou de procurar meus serviços. Estou com muitos calçados em sacolas aguardando o dono vir buscar. Apesar da queda nos trabalhos, têm meses que consigo uma renda de R$ 1,2 mil”, ressalta.

Com primos e tios sapateiros e donos de fábricas de calçados, a motivação para continuar a viver brotou da pequena sala nos fundos da casa.

“Meus primos e tios que vivem no Rio Grande do Sul me ajudaram muito na época. Foi então que decidi continuar vivendo a partir dessas máquinas onde consertos os calçados. É mais que terapia cuidar da minha sapataria, é daqui que tiro forças para viver”, declara Brunetto.

Falta material

O sapateiro conta que a cada dia está mais difícil conseguir comprar o material para confeccionar seus produtos. E como a maioria vem de fora do País, o custo está cada vez maior.

“Encontro muitas dificuldades para comprar o material cru. Em muitos casos têm que vir de fora o que acaba encarecendo os produtos na hora de passar para o cliente”, acrescenta.

(Com informações de Eliane Alexandrino)