Cotidiano

Estudo traça realidade do autismo na região Sul

Estudo traça realidade do autismo na região Sul

Um estudo realizado pela Famitiva, empresa dedicada à saúde e bem-estar familiar, trouxe à tona mais informações sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) na região sul do Brasil. Os resultados do estudo mostraram um pequeno panorama sobre o conhecimento, conscientização e percepção do autismo na localidade.

No Paraná, por exemplo, o estudo da Famivita demonstrou que 80% das pessoas têm ciência de que os sinais do autismo se manifestam desde o início da infância. Além disso, 49% dos entrevistados estão cientes de que há pelo menos 2 milhões de autistas no Brasil. Por outro lado, 65% dos entrevistados no Paraná afirmaram conhecer pelo menos uma pessoa com autismo.

Já em Santa Catarina, o estudo apresentou que 89% das pessoas têm ciência de que os sinais do autismo se manifestam desde o início da infância. Adicionalmente, 62% dos entrevistados em Santa Catarina sabem que existem pelo menos 2 milhões de autistas no Brasil. Além disso, 68% dos entrevistados relataram conhecer pelo menos uma pessoa com autismo em seu círculo social.

Em nível nacional, o estudo da Famivita apontou uma diferença de conscientização entre homens e mulheres. Entre os homens entrevistados, apenas 69% sabiam que os sinais do autismo podem ser observados desde a infância, em contraste com 84% das mulheres. Além disso, apenas 43% dos homens dispunham da informação de que no Brasil existem mais de 2 milhões de autistas, enquanto 62% das mulheres estavam cientes. A diferença também se estendeu ao conhecimento de pelo menos uma pessoa com autismo, com 54% dos homens e 67% das mulheres afirmando conhecer alguém com TEA.

Dados nacionais e lacunas na informação

Vale ressaltar que há uma lacuna de informações no Brasil em relação ao autismo. Até hoje, o país possui apenas um estudo de prevalência, realizado em 2011, que encontrou uma taxa de 1 autista para cada 367 habitantes. No entanto, esse estudo foi conduzido em uma escala limitada.

Por outro lado, nos Estados Unidos, a cada ano, cerca de 50 mil jovens com TEA chegam à idade adulta, enquanto no Brasil, não há dados sobre autismo em adultos. A idade média de diagnóstico nos EUA é de 4 anos, enquanto no Brasil, um estudo piloto em São Paulo em 2018 apontou uma idade média de diagnóstico de 4 anos e 11 meses, endossando a necessidade de mais pesquisa nesse campo.

Uma esperança para preencher essas lacunas de informação é o Censo do IBGE de 2022, que pela primeira vez incluiu o autismo em suas estatísticas. Os resultados deste censo serão divulgados em breve, ajudando a compreender melhor a extensão do autismo no Brasil. Atualmente, estima-se que haja 2 milhões de pessoas com autismo no país, uma informação conhecida por 61% dos participantes do estudo da Famivita, especialmente nas faixas etárias de 35 a 39 anos e 40 a 44 anos, com 65% de conhecimento.

Espera-se que com o aumento da conscientização sobre o TEA, mais investimentos em pesquisa e diagnóstico sejam realizados, resultando em tratamentos mais acertados e eficazes. Além disso, a capacitação de médicos, professores e escolas para lidar com o TEA pode proporcionar uma maior qualidade de vida para aqueles que vivem com esse Transtorno.

Mais sobre o TEA

O Transtorno do Espectro Autista é caracterizado por dificuldades na interação social, deficiências verbais e físicas, bem como padrões restritos e repetitivos de comportamento. A Organização Mundial da Saúde estima que aproximadamente 70 milhões de pessoas em todo o mundo têm TEA. O diagnóstico precoce e o tratamento são fundamentais para o desenvolvimento das crianças com autismo.

O termo “espectro” ganhou destaque na década de 1990 e, em 2013, foi oficializado na 5ª edição do DSM-5 para abranger diversos distúrbios relacionados ao autismo. Essa abordagem mais ampla reconhece que o autismo se manifesta de maneiras diferentes em cada pessoa, promovendo uma compreensão mais abrangente do TEA.