Cascavel – As contratações temporárias para o fim do ano não devem avançar no comércio. Diante do cenário dramático configurado pela queda nas vendas e diminuição de faturamento, empresários pretendem manter o mesmo quadro de funcionários para atender os consumidores no Natal.
Na região de Cascavel essa é a decisão de pelo menos 60% dos comerciantes, de acordo com o Sindilojas (Sindicato dos Lojistas e do Comércio Varejista de Cascavel e região Oeste). No Paraná, o índice é ainda maior. Pesquisa realizada pela Fecomércio (Federação do Comércio do Paraná) revela que 72,7% dos comerciantes paranaenses não pretendem contratar temporários no fim do ano.
A nossa realidade é um pouco melhor devido ao setor da agroindústria. Apesar da safra de trigo ter um resultado menor do que o esperado, as operações comerciais foram boas e isso nos favorece. Ainda assim, a procura por contratações temporárias está muito baixa em relação aos anos anteriores, afirma o assessor Bruno Reuter.
O comércio apresenta saldo negativo de 518 formalizações no mercado de trabalho no acumulado do ano. Foram admitidos 24.260 funcionários e demitidos 24.818 de janeiro a agosto.
Mesmo os contratados que deixaram seus postos não tiveram as vagas repostas. Os meses de junho e julho foram os mais negativos em relação às admissões, explica Reuter.
O assessor do Sindilojas comenta que para atender ao maior número de consumidores, os lojistas deverão realocar o horário de sua equipe.
Há empresas que iniciam o turno mais tarde para os funcionários estenderam as vendas no horário de Natal, porém nem todos os comerciantes pagarão hora-extra devido à crise e vão compensá-las pelo banco de horas.
Vendas têm saldo negativo
As vendas no Oeste tiveram um agosto negativo em oito dos 12 segmentos avaliados em pesquisa da Fecomércio na variação interanual. As reduções mais expressivas são observadas nas concessionárias de veículos (-30,32%), vestuário e tecidos (-21,63%) e lojas de departamento (-16,71%).
Em relação ao Estado, todos os segmentos analisados venderam menos com maior queda nos ramos de autopeças (25,56%), concessionárias de veículos (24,43%), lojas de departamentos (-23,23%) e postos de combustíveis (-19,19%).
(Com informações de Romulo Grigoli)