Cascavel – Artifício muito usado pelos políticos para empregar apoiadores de campanha, o uso de cargos de confiança virou comum na estrutura da Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná).
A diferença é que a universidade usa tais cargos com dois objetivos: além de empregar apadrinhados indicados inclusive por políticos, o artifício serve para engordar salários de servidores concursados e nomeados.
Após a polêmica relacionada aos supersalários, a reitoria da instituição tornou pública, na sexta-feira (18), uma lista com 610 ocupantes desses cargos, preenchidos com base em resoluções internas aprovadas pelo COU (Conselho Universitário).
A divulgação foi estratégica, uma vez que o sindicalista Laerson Vidal Matias, que também é membro do referido conselho, havia recorrido à Justiça para exigir que a universidade tornasse a lista pública.
Esses cargos são distribuídos entre os cinco câmpus – Cascavel, Toledo, Marechal Cândido Rondon, Foz do Iguaçu e Francisco Beltrão além do HU (Hospital Universitário) e a Reitoria.
Em nota, a instituição disse que são cargos utilizados para que a universidade desenvolva suas atividades de ensino, pesquisa, extensão, administrativas, financeiras e contábeis.
Na lista, com surpreendentes 610 nomes, estão todos os servidores nomeados com respectivos locais de exercício das funções e a simbologia de cada cargo.
Ressaltamos que as FG [Funções Gratificadas], FAS [Funções Acadêmicas Superiores] e DA [Diretorias Acadêmicas] são de uso exclusivo para servidores efetivos, ou seja, do quadro próprio da instituição. Já os CC [Cargos em Comissão] são ocupados tanto por servidores efetivos, quanto por servidores sem vínculos com a instituição.
Todos os dados constantes na lista estão disponíveis no Portal da Transparência.
Até R$ 5,2 mil
Um dos itens que chama a atenção diz respeito ao valor mais alto citado na lista, que é de R$ 5.254,44 pago a um cargo comissionado de nível 3. O mais baixo diz respeito a uma Função Gratificada 06, com R$ 858,81.
Enquanto incha a estrutura de pessoal com cargos comissionados, a universidade ainda não chamou os aprovados no concurso público de 2012 e também mantém uma ala fechada no HU por falta de servidores efetivos, critica o conselheiro Laerson Matias.