Toledo – O excesso de normas que faz do Brasil o país de maior burocracia do mundo associado à falta de planejamento e de prioridades políticas para projetos de longo prazo custam caro à economia e aos brasileiros.
É isso o que mostrou o ex-presidente do Banestado e do Badep e atual consultor de Logística e Infraestrutura da CNA (Confederação Nacional da Agricultura), Luiz Antonio Fayet, em palestra a cerca de 200 empresários e líderes da região, na PUC-PR, em Toledo.
Fayet apresentou números que expõem os extremos de um país que teria tudo para ser uma das três principais economias do mundo.
Um dado em particular chama atenção: caso o Brasil eleve a sua capacidade de despacho na rede portuária em cinco milhões de toneladas por ano, ele ainda precisará de duas décadas para equilibrar a demanda com a oferta em terminais de exportação.
O déficit atual de capacidade de embarque é de 64 milhões de toneladas. A cada ano, a pressão é maior entre três e cinco milhões de toneladas.
Mesmo com os esforços de alguns governos de investir na melhoria de suas estruturas portuárias, o Brasil segue a passos lentos para se tornar eficiente no setor. As melhorias, a exemplo das feitas em Paranaguá, são importantes, entretanto há outros obstáculos no percurso, conforme Fayet.
Ele reconhece avanços nas leis dos portos, entretanto há dificuldades à cabotagem (navegação entre portos marítimos de um mesmo país), elevados tributos à importação de embarcações e custos operacionais inflados. Ou seja, há um risco de apagão portuário que penalizará duramente a economia nacional.
(Com informações de Jean Paterno)