Cotidiano

Abandonada, fronteira não recebe há anos atenção que merece

Falta efetivo, equipamentos e federais aguardam regulamentação do adicional de periculosidade

Foz do Iguaçu – Mesmo a apenas um ano dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, não há movimentações amplas e efetivas por parte do governo federal para reforçar as portas de entrada que dão acesso ao País. E a mais movimentada delas é considerada também uma das mais abandonadas e frágeis por agentes da própria Polícia Federal.

“Nem de longe recebemos a atenção, em todos os níveis e aspectos, que precisamos para fazer um trabalho à altura da importância dessa região”, costuma dizer a representante do Sindicato dos Policiais Federais no Paraná em Foz do Iguaçu, Bibiana Orsi.

Os números ajudam a entender melhor a importância da fronteira de Foz com o Paraguai e a Argentina. Somente a Ponte da Amizade, que liga Foz e Cidade do Leste, recebe em média tráfego de 40 mil pessoas por dia. Em um mês, são 1,2 milhão de pessoas e em um ano, o número salta para 14,6 milhões.

Mesmo com toda a dedicação dos agentes, polícia e órgãos federais é difícil dar conta da demanda que essa fronteira em particular exige. Para piorar, os agentes e policiais federais aguardam há quase dois anos pela regulamentação, por parte da presidente Dilma Rousseff, de uma verba chamada de adicional de fronteira – espécie de compensação salarial pelos elevados riscos que essas regiões oferecem.

Argentina

O trânsito na divisa entre Brasil e Argentina também é intenso. Segundo o setor de Migração da Aduana no país vizinho, julho registrou passagem de 1.018.568 pessoas pelo local. O número foi maior que o de janeiro deste ano, quando 914,9 mil pessoas passaram pelo local. Desde 1º de janeiro a 31 de julho de 2015, a aduana registrou 5.621.414 entradas e saídas.

O Aeroporto de Foz do Iguaçu, outro recurso bastante empregado por turistas de várias regiões, registrou 196.405 embarques e desembarques em julho, 14% superior ao mesmo mês de 2014. O acumulado do ano chega a 1,24 milhão de operações, avanço de 13% em relação aos sete primeiros meses do ano passado.

(Com informações de Jean Paterno)