Agronegócio

Oeste precisa de R$ 500 mi por ano para reforma agrária sair do papel

Hamilton Serighelli recebeu o presidente do Movimento dos Agricultores Sem Terra (Master), Valdir Antunes (D), que convidou o representante do governo para uma reunião na sede do (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA) na próxima semana. 
Curitiba, 02-02-2011.
Foto: José Adair Gomercindo/SECS
Hamilton Serighelli recebeu o presidente do Movimento dos Agricultores Sem Terra (Master), Valdir Antunes (D), que convidou o representante do governo para uma reunião na sede do (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA) na próxima semana. Curitiba, 02-02-2011. Foto: José Adair Gomercindo/SECS

Cascavel – O ex-assessor especial de Assuntos Fundiários do Governo Beto Richa e atual membro do Conselho Estadual de Direitos Humanos, Hamilton Serighelli, está preocupado com o atual cenário com relação à morosidade da reforma agrária, no que tange à liberação de recursos para aquisição das áreas para fins assentamento. “O governo federal que agilize rápido esses recursos para resolver de uma vez por todas a questão da reforma agrária no Paraná e no Brasil”, disparou. “Percebemos essa demora na liberação dos recursos. Esse circo (sic) que é a CPI montada na Câmara dos Deputados, não chegará a lugar algum. Precisamos de medidas urgentes e assertivas quando ao avança do reforma agrária para evitar possíveis conflitos fundiários”.

Conforme Serighelli, os proprietários de terra e os movimentos precisam entender que a briga não é na ponta. “Tem que ir pra cima em Brasília e cobrar celeridade dos deputados federais, senadores e do governo federal para colocar esses recursos de forma urgente no orçamento”. O ex-secretário especial de Assuntos Fundiários do Paraná chama a atenção para os acordos estabelecidos no Paraná entre os anos de 2011 a 2018. “Muitos deles se mantiveram graças ao trabalho do desembargador Fernando Prazeres”, recorda. Inclusive, o desembargador esteve recentemente em Cascavel, participando de um encontro com produtores rurais na Sociedade Rural do Oeste do Paraná. “Agora, estes acordos precisam de solução, mas para isso, depende de recursos”.

Meio bilhão

Para ele, já foram resolvidos os impasses jurídicos e políticos, agora falta apenas o econômico. “Precisamos de uma solução para essas questões agrárias no Brasil, no Paraná e no oeste paranaense. Se isso não ocorrer o mais rápido possível, problemas estão por vir”, alertou.

Em entrevista concedida à equipe de reportagem do Jornal O Paraná ontem (26), Hamilton Serighelli disse que para começar a “colocar a casa em ordem” sobre a questão agrária no oeste, seriam necessários de R$ 500 milhões a R$ 600 milhões ao ano. “Já o Paraná, o Paraná precisa de R$ 7 bilhões para regularizar os impasses fundiários e fomentar a reforma agrária”.

Para Serighelli, com os recursos em mãos, muitos produtores já teriam sinalizado em vender as suas propriedades para assentar as famílias e, com isso, o risco de novos conflitos praticamente seria anulado. Os recursos seriam disponibilizados por meio do Ministério da Fazenda e Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).

Foto: Arquivo/AEN